(Por Camila da Rocha Mendes) – Com tantas turbulências na economia mundial e as bolsas operando numa verdadeira montanha-russa, não seria grande surpresa constatar que os economistas estão mais pessimistas. Entretanto, foi exatamente isso o que averiguou uma pesquisa da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

O ISE (Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia), calculado pela entidade, atingiu em novembro 78,6 pontos e caiu 9,1% em relação a outubro, quando o indicador marcou 86,5 pontos. Essa é a quarta queda consecutiva do índice e mostra como cada vez mais os economistas se rendem frente à atual conjuntura econômica mundial. O índice varia de 0 a 200, indicando pessimismo abaixo de 100 pontos e otimismo acima desse patamar.

O ISE é composto por sub-índices que refletem tanto as percepções dos economistas em relação ao presente quanto ao futuro.

A queda do otimismo esse mês foi decorrente, principalmente, da sensação de que as coisas estão piores no momento presente, segundo revelaram os economistas consultados pela Fecomercio. O indicador deste sentimento saiu de 82,2 pontos em outubro para 60,4 pontos em novembro, queda de 26,5%.

“Isto aponta para uma clara preocupação dos economistas em relação ao cenário econômico, principalmente no que diz respeito ao nível de atividade interna”, informa a pesquisa.

Luz no fim do túnel

Já as expectativas futuras registraram melhora em relação ao mês anterior, passando de 90,8 pontos para 96,8 pontos em novembro, alta de 6,7%, mostrando uma melhora na percepção dos economistas sobre as variáveis econômicas para daqui a 1 ano. “O resultado indica que o cenário futuro fica menos imprevisível, como estava há alguns meses, o que vinha agravando a crise de confiança quanto a real magnitude do problema”, avalia a Fecomercio.

Esses resultados continuam a reforçar um comportamento cada vez mais cauteloso dos economistas, principalmente em relação à situação presente em virtude dos desdobramentos do cenário externo e seus possíveis impactos sobre o nível de atividade econômica, aponta o levantamento.

O sentimento dos economistas, e suas avaliações quanto à situação financeira no Brasil e no mundo, dependem principalmente de como as variáveis econômicas (como a bolsa, o Câmbio e os juros) irão atuar sobre a atividade econômica, principalmente a interna.

“O primeiro ponto está relacionado ao impacto que o curso dos juros e do câmbio venha a ter sobre o estado geral das expectativas, mais especificamente do acesso ao crédito, bem como o comportamento da taxa de inflação”, observa a análise da Fecomercio.

Sobre o ISE

O ISE (Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia) é o mais novo indicador da Fecomercio. Realizado em parceria com a OEB (Ordem dos Economistas do Brasil) desde junho de 2008, a pesquisa detecta as perspectivas dos economistas em relação às tendências da economia nacional e mundial. Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: percepção presente e expectativas futuras. É realizada mensalmente com cerca de 100 economistas de todo País.

 


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Índice aponta aumento de pessimismo entre economistas