Fióti e Drik Barbosa

Neste final de semana, 15 e 16 de outubro, aconteceu a 11ª edição do Festival Nova Brasil, da rádio Nova Brasil FM. Após dois anos de pausa por conta da pandemia, o evento ocorreu no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, e foi marcado por encontros de diversos artistas da música brasileira.

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Nesta edição, o Festival Nova Brasil trouxe o tema “Chega de Saudade”, inspirado na canção de João Gilberto, e ampliou a programação para dois dias de evento. A edição aconteceu às vésperas do dia da MPB, comemorado nesta segunda-feira (17). Para celebrar os diferentes ritmos da música brasileira, o festival contou com atrações como Jorge Aragão, Pepeu Gomes com Baby do Brasil, Nando Reis e Frejat. Além de proporcionar encontros no mesmo palco entre diferentes artistas como Diogo Nogueira com Criolo, Vanessa da Mata com Marina Sena e Gilsons com Liniker.

Com os shows iniciados pontualmente, o primeiro dia do evento contou com Gilsons que apresentaram músicas dos álbuns “Várias Queixas” e, o mais recente lançamento, “Pra Gente Acordar”. As artistas receberam Liniker no palco que cantou as faixas “Love Love”, “Baby 95”, do seu disco mais recente “Indigo Borboleta Anil”, e “Deixar Você”, de Gilberto Gil. Assim como diversas apresentações no dia, os artistas clamaram pelo voto consciente no dia 30 de outubro, dia do segundo turno, enquanto a plateia puxava apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

No início da noite, o Festival Nova Brasil recebeu o maranhense Zeca Baleiro que trouxe faixas com grande influência do rock e baião para o show. O artista cantou sucessos como “O Desejo”, “Salão de Beleza” e “Flor da Pele”. A apresentação teve participação de “Juliana Linhares”, com influência do forró, apresentou as faixas “Meu Amor Afinal de Contas” e “Balanceio”, ambas de seu disco mais recente “Nordeste Ficção”. Já o segundo convidado de Baleiro foi Vinícius Cantuária, que apresentou os sucessos “Lua e Estrela” e “Só Você”. Baleiro também conversou com o público sobre a importância do voto: “Vocês virem aqui é política! Tudo é política. Vamos varrer essa gente, conto com vocês! O Brasil é muito maior que essa gente”, disse o artista.

O penúltimo show da noite foi responsabilidade de Baby do Brasil e Pepeu Gomes, uns dos ex-integrantes do grupo Os Novos Baianos. Na apresentação, os artistas mesclam entre faixas de Baby e de Pepeu, “Planeta Vênus”, “Sem Pecado e Sem Juízo”, “Menino do Rio” e “Fazendo Música Jogando Bola” foram algumas dos sucessos apresentados. Os artistas septuagenários celebraram ao longo do show a idade e a vitalidade. Em paralelo, para comemorar os 70 anos dos artistas, Baby e Pepeu estão com a turnê “140 graus” rodando o Brasil..

No segundo dia de evento, Vanessa da Mata se apresentou no festival trazendo sucessos como “Não Me Deixe Só”, “Nossa Geração” e “Vermelho”. A cantora ainda prestou homenagem a Caetano Veloso e Charlie Brown Jr. ao apresentar as faixas “Leãozinho” e “Céu Azul”. Marcando os encontros especiais do evento, Vanessa recebeu a mineira Marina Sena no palco que apresentou seu hit “Por Supuesto” e a faixa “Só Você e Eu”.

Frejat, que já passou pela banda Barão Vermelho e firmou diversas parcerias com Cazuza ao longo de sua carreira, foi responsável por trazer o rock para o segundo dia do festival. Apresentando faixas como “Ideologia”, “Pense e Dance” e “Puro Êxtase”, o artista fez o público dançar e pular ao passo que apostou em uma lado mais intimista e romântico ao cantar faixas como “Amor Pra Recomeçar” e “Por Você”.

Finalizado o evento, Nando Reis subiu ao palco para apresentar sucessos como “Marvin”, “Segundo Sol” e “Relicário”. O artista ainda clamou por amor e igualdade: “Precisamos de diversidade. Sem pensar quadrado, a gente precisa sacudir a poeira! Não precisamos de armas, precisamos de amor”. O artista ainda recebeu a banda Colomy, grupo formado por Sebastião Reis, filho de Nando, ao lado de Eduardo Schuler e Pedro Lipatin.

Agora, confira os destaques dos dois dias do Festival Nova Brasil 2022:

Jorge Aragão, o moleque atrevido

De Padre Miguel, do Rio de Janeiro, Jorge Aragão foi o segundo artista a se apresentar no 1º dia do evento. Com carisma e simpatia ao interagindo com o público, o artista levantou a bandeira dos clássicos do samba ao declarar: “Só tem samba velho aqui”. Cantando faixas como “Coisa de pele”, “Tendência” e “Já é” o artista foi acompanhado pelo público tanto na cantoria quanto em passos de samba e palmas para marcar o ritmo. “De vez em quando eu sou um senhor de idade, mas de vez em quando eu sou um moleque atrevido”, disse Aragão antes de apresentar o sucesso “Moleque Atrevido” que antecedeu a faixa “Do Fundo do Nosso Quintal”, feita em homenagem ao grupo Fundo de Quintal, o qual ele foi um dos fundadores.

Adriana Calcanhotto calma e firme

Adriana Calcanhotto entrou na programação do festival para substituir Gal Costa, que precisou se afastar dos palcos por motivos de saúde. A participação de Rubel, que já estava anunciada antes, foi mantida. Com uma atmosfera intimista, a artista ficou sentada no centro do palco acompanhada de seu violão. Adriana cantou sucessos como “Mais Feliz”, “Maresia” e “Devolva-me”. Acompanhada de Rubel, um dos nomes em ascensão da nova geração de artistas, apresentaram “Você Me Pergunta” e “Quem Vem Pra Beira Mar”.

Adriana Calcanhotto e Rubel

Lab Fantasma e a primeira vez do rap no Festival Nova Brasil

A 11ª edição do Festival Nova Brasil ficou marcada como a primeira que o rap nacional subiu ao palco do evento. A estreia foi realizada de forma grandiosa como atração principal do primeiro dia do evento. A Lab Fantasma, hub cultural, trouxe seus principais nomes para apresentação no palco que contou com a presença de Emicida, Fióti, Drik Barbosa e Rael. Inspirados nos festivais da MPB dos anos 1960 e 1970, o show promoveu críticas sociais e trouxe a participação de novos artistas.

A apresentação contou com faixas dos solo dos quatro artistas, como “Pequenas Alegrias da Vida Adulta”, “Luz”, “Será que Eu Me Permito” e “Rouxinol”. Além de convidados especiais como a banda Tuyo, Marissol Mwaba e Salgadinho, ex-Katinguelê. A apresentação da Lab Fantasma homenageou Martin Luther King, Wilson Simonal, Cassiano e prestou solidariedade a todas as vítimas de COVID-19.

Clamando por mudanças sociais, voto consciente e enaltecendo o autoamor e autocuidado, a LAB Fantasma fez um tributo à música negra brasileira ao trazer nomes da nova e antiga geração. Passando pelo samba, soul music, rock e rap, durante o show os cantores citaram nomes de artistas importantes para a música brasileira, além de marcar a música como uma forma de transformação social. Imagens de Elza Soares, Tim Maia e Mano Brown foram projetadas no palco, assim como fotos das manifestações do regime ditatorial e de atos do movimento negro brasileiro. A apresentação da Lab Fantasma se consagrou como a apresentação com maior destaque do evento, trazendo novos caminhos para as próximas edições do festival.

A kombi do Bala Desejo dá carona para sofrência de Duda Beat

A 11ª edição do Festival Nova Brasil ficou marcada por promover diversos encontros entre artistas do mesmo estilo ou diferentes gerações. No domingo (16), o grupo carioca Bala Desejo foi o responsável por abrir o evento. O grupo, formado por Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra, que não compareceu ao festival por estar em turnê com Milton Nascimento, apresentou faixas do disco de estreia “SIM SIM SIM”, lançado neste ano. Em formato de trio, os artistas fizeram uma apresentação efervescente e contaram com a presença de Duda Beat. A pernambucana cantou as faixas “50 Meninas”, de seu mais recente álbum “Te Amo Lá Fora”, “Bédi Beat”, do álbum debut “Sinto Muito” e “Muito Só”, do Bala Desejo. A última foi escolha de Duda, que afirmou ter escutado muito a faixa após o lançamento e que se identificou por trazer um lado sentimental e íntimo.

O samba de Diogo Nogueira e Criolo

Diogo Nogueira foi o responsável pela apresentação do final da tarde do último dia do evento. Com simpatia e irreverência, animou o público que sambou ao som de clássicos como “Fé em Deus”, “Clareou”, “Por Onde For Quero Ser Seu Par” e “Samba pras Moças”. O artista ainda prestou homenagem a Tim Maia fazendo um momento especial com músicas do artistas. Ao receber Criolo, o artista paulistano que além do rap se dedica ao samba, cantou as faixas “Juízo Final”, “Meninos Mimados” e “Agoniza Mas Não Morre”. Os artistas ainda clamam pelo voto consciente e seguiram o público que fazia o “L” com as mãos demonstrando apoio ao candidato Lula.

Criolo e Diogo Nogueira

Elba Ramalho e o carnaval fora de época

O primeiro show noturno do último dia do evento foi de Elba Ramalho, a artista trouxe clássicos do axé, forró, xote e arrasta pé para movimentar o público. Com uma atmosfera carnavalesca, a artista paraibana cantou clássicos de Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Falamansa, Banda Eva e faixas como “Frevo de Mulher” e “Girassol”.

 

A expansão do Festival Nova Brasil para dois dias possibilitou uma variedade de shows e artistas de diferentes ritmos. Quem compareceu ao festival não contou com grandes aglomerações e filas para comprar comidas e bebidas ou usar o banheiro. O evento contava com uma área de food truck junto com uma praça de alimentação e uma área de descanso coberta. O rap, incluído na programação mais de uma década após a criação do evento, abre espaço para promoção da diversidade da música brasileira. Além disso, os encontros promovidos no palco permitem maior interação entre diferentes artistas, trazendo bons resultados para o público.


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Festival Nova Brasil: 11ª edição do evento é marcada pela união

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