(Por Sarah Corrêa) – Letícia derruba na calçada um bolo com cerca de 100 santinhos. Teca repreende: "Presta atenção, menina!". No papel, a imagem do candidato à Câmara dos Vereadores de São Paulo, Gabriel Chalita (PSDB). A amiga Flávia balança de lá para cá uma bandeira com o nome do tucano Geraldo Alckmin, candidato à Prefeitura.

As três meninas vieram de Parelheiros, bairro da região sul da capital paulista, para ganhar R$ 25 e almoço por seis horas de trabalho. Na avenida Paulista, elas participam da campanha eleitoral há três dias. "Tentei trabalhar a semana inteira, mas não consegui. É muito cansativo", conta Flávia. A cada farol, é possível encontrar pelo menos duas pessoas na mesma condição. Cada garota entrega cerca de mil santinhos por dia. A cena se repetirá até o próximo domingo, 5/10, quando acontecem as eleições municipais.

Flávia e suas amigas fazem parte da área da campanha eleitoral que pode ser definida como mobilização. É o corpo-a-corpo com o eleitor que toma conta das ruas em época de votação. Distribuição de santinhos e panfletos, agitação de bandeiras e circulação com carro de som são as atividades mais comuns na mobilização.

Trabalho, trabalho, voto à parte

Flávia, com 22 anos e desempregada, afirma que não é só porque trabalha para a campanha de Alckmin que irá votar nele. "Meu voto é da Marta". A jovem destaca ainda a dificuldade de entregar os panfletos, "porque tem muita gente mal-educada, que não entende que isso é um trabalho. Vota se quiser. É livre".

Dona Maria, 48, agita a bandeira do candidato à reeleição para a Prefeitura de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), desde às 9h da manhã – sem horário certo para voltar para casa. Desconfiada, a dona de casa explica que não está ganhando nada para ficar ali na avenida. "Vim apenas apoiar uma amiga minha. Melhor do que ficar sem casa sem fazer nada", diz. Ela ainda não sabe em quem vai votar, só afirma ter certeza que seu voto não vai nem para o Alckmin, nem para o Paulo Maluf (PPS).

Diferentemente de dona Maria, Neusa Aparecida, 51, segura de seu voto, apóia a candidata a vereadora Lídia Correa (PMDB). "Vou votar nela porque é boa gente. E outra, ela representa a Federação das Mulheres Paulistas", afirma. Quando o assunto é dinheiro, Neusa prefere dizer que é voluntária, mas ouviu "que ganham por aí uns R$ 30 por dia".

E a média de comissão desses entregadores de santinhos não passa dos R$ 30 ao dia mesmo. Pouco? "Já ajuda, quando tem gente sem um real nem para comprar pão. Vai se humilhar pedindo?" defende Flávia. Cada um com sua motivação, seja por simpatia ao seu possível representante político ou necessidade financeira, os panfleteiros seguem o dia enfrentando muita cara feia e alguns sorrisos dos pedestres que passam apressados.

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MOBILIZAÇÃO leva campanha eleitoral para as ruas