(Por Camila da Rocha Mendes) Pela segunda semana consecutiva, agentes do mercado revisaram para baixo a estimativa de crescimento econômico do país, passando de 2,8% na consulta anterior para 2,5% nesta última. Para este ano, o mercado manteve a previsão de expansão de 5,24% para o PIB (Produto Interno Bruto). As projeções estão no Boletim Focus pesquisa elaborada com instituições financeiras pelo Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (8/12).

 

O governo brasileiro, que ao contrário do mercado vinha encarando a crise global como algo que ia apenas ocasionar uma marolinha no Brasil, já vê a situação como crítica e reduziu sua previsão de crescimento para o próximo ano.

 

De acordo com o Orçamento de 2009 entregue aos parlamentares em novembro, o governo prevê agora crescimento econômico de 4% para o próximo ano. No início do ano, a perspectiva era de um aumento de 4,5% do PIB. A previsão de inflação foi alterada para cima. Antes, o governo esperava que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficasse no centro da meta de inflação, que é de 4,5%, mas na revisão já admite um número maior: 5,19%.

 

Ruim, mas nem tanto

 

Já a consultoria britânica CEBR (Centro para Pesquisas Econômicas e de Negócios) prevê que a economia brasileira será uma das que menos sofrerá com a crise. Mas ainda assim, sofrerá. O CEBR prevê uma queda ligeira do PIB brasileiro entre 2008 e 2009 em dólares (de US$ 1,7 trilhão para US$ 1,6 trilhão), mas ainda assim bem menor do que a maioria das principais economias globais.

 

A assessoria prevê que países mais ricos terão um recuo maior em suas economias, o que, em termos comparativos, levará o Brasil a subir da décima para a oitava posição no ranking das maiores economias do mundo. De acordo com o estudo, o PIB do Brasil ultrapassaria os PIBs de Espanha e Canadá, por exemplo.

 

O estudo do CEBR não leva em consideração a chamada "paridade do poder de compra", que ajusta os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país. Se o poder de compra for considerado, o Brasil pode ultrapassar o PIB do Reino Unido, aponta o estudo.


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PIB do Brasil deve crescer menos em 2009, mas mais que países ricos