Um quarto dos brasileiros consumidores ignoram aumento no valor dos streamings (Foto: Freepik)

O crescimento contínuo do mercado de Streaming na América Latina oferece aos consumidores uma gama completa de oportunidades e está no cerne do cenário de entretenimento, conforme revela a mais recente pesquisa da Sherlock Communications.

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Os resultados apresentam a preocupação dos consumidores com os custos de assinatura e a demanda por conteúdos mais representativos, apesar de uma forte adesão às plataformas devido à sua conveniência e à ampla gama de serviços.

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O Streaming é uma fonte crucial de entretenimento na região, e mesmo com o aumento dos preços, 25% dos brasileiros não cancelaram nenhuma assinatura em 2024. Além disso, a maioria dos respondentes (63%) acredita que as plataformas de Streaming oferecem uma boa relação custo-benefício, indicativos esses de satisfação ou falta de alternativas melhores.

Alternativas de acesso

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Com o aumento da demanda do streaming, os altos preços dos serviços seguem impactando os consumidores e as ‘TV box’, aparelhos dispositivos que permitem acessar conteúdos de Streaming sem assinaturas mensais, surgiram como uma alternativa e têm se tornado populares na América Latina. No entanto, 70% dos entrevistados brasileiros indicaram que não utilizam esses aparelhos para acessar conteúdo de forma gratuita, com apenas 23% optando por esse tipo de consumo. Fato esse que ainda preocupa a Agência Nacional de Comunicações (Anatel), que afirmou ter bloqueado 80% dos servidores piratas em 2023.

Outra alternativa para baixar os custos é o compartilhamento de senhas. Segundo o relatório, 44% dos entrevistados brasileiros compartilham suas assinaturas com amigos e familiares para manter os custos baixos. Diante desse cenário, surgiram repressões por parte das plataformas de Streaming e cerca de 5% dos brasileiros relatam estar propensos a cancelar uma assinatura devido a essas restrições, enquanto outros 48% afirmam não compartilhar suas senhas com mais ninguém.

Consumo de Conteúdo

Dentre as principais motivações para o uso do Streaming estão o entretenimento e a descontração, escolhidos por 75% dos entrevistados latino-americanos No entanto, a qualidade do conteúdo ganha cada vez mais relevância, com 21% dos brasileiros criticando a repetitividade dos conteúdos nas plataformas e 39% afirmando que os reality shows criados como uma exploração de baixo valor de entretenimento.

A diversidade de conteúdo é uma questão crítica, com muitos usuários expressando a necessidade de uma representação mais ampla e diversificada nas plataformas. 42% dos brasileiros apontaram que seu país não era “representado de forma justa e precisa” e exigem uma melhor representação no conteúdo produzido localmente com 66% acreditando que os filmes e TV apresentam a região com muita violência, drogas e estereótipos sexuais.

Além disso, os brasileiros quere ver as mulheres desempenhando papéis mais significativos do que meros interesses amorosos (72%) e pessoas de diversas etnias retratadas com mais nuances e respeito (73%), enquanto mais da metade (53%) acredita que as plataformas de Streaming desempenham um papel crucial na representação de personagens e narrativas LGBTQIA+ que são menos exibidos em outras mídias. Isso destaca que certos públicos e causas podem ter mais influência no Streaming.

Audiência

A pesquisa revela que exigir a atenção exclusiva do público latino-americano tem se tornado mais difícil nos últimos anos. Quase metade (46%) dos respondentes relataram dar atenção total ao Streaming de conteúdo em 2021, número que caiu para 24% em 2024. Três em cada quatro (75%) na América Latina dizem realizar multitarefas enquanto consomem conteúdo em plataformas de Streaming. O uso de celular para enviar mensagens ganha destaque no Brasil, com 39%, seguido de conversas com familiares e amigos (25%), prática de exercícios físicos (15%) e até mesmo a leitura, com 8%.

Uma tendência significativa identificada no relatório da Sherlock Communications é o consumo diário de conteúdo via Streaming, com quase a metade (49%) dos brasileiros consumindo entre 2 e 4 horas de conteúdo todos os dias, enquanto 6% consomem por mais de 6 horas. O que demonstra um envolvimento consistente com as plataformas. Séries e filmes são os mais assistidos (63%), seguidos por músicas (12%) e dois ou mais tipos de conteúdos ao mesmo tempo (9%).

Considerada por muitos como sinônimo de Streaming, a Netflix relatou um aumento de crescimento de 12% nas assinaturas latino-americanas no final de 2023. No Brasil, as plataformas mais populares incluem a Netflix, liderando com 81%, seguida pela Amazon Prime com 52% e HBO Max com 35%. No segmento de música, o Spotify é o líder com 54%, seguido pelo YouTube com 31%.

“Nossas descobertas são uma leitura muito interessante para empresas que fornecem serviços de Streaming para o público latino-americano. As que prestam atenção aos desejos do público local e atendem aos seus gostos têm uma enorme vantagem” diz Patrick O’Neill, sócio-gerente da Sherlock Communications.

Outras descobertas importantes:

  1. Apenas 5% dos brasileiros consomem podcasts nas plataformas de Streaming, outros 4% consomem esportes e 1% reality shows.
  2. O Brasil consome Streaming um pouco mais do que a média latino-americana, com 6% relatando que acessam conteúdos por mais de seis horas por dia.
  3. Apenas 12% dos Brasileiros gravitam em torno da música acima de outros conteúdos de Streaming.
  4. Os brasileiros surgiram como os menos propensos a trabalhar enquanto consomem Streaming, com 12% dando essa resposta.
  5. 19% dos brasileiros utilizam o Streaming para manter as crianças distraídas.

 

Consumo de Streaming na América Latina 2024 foi publicado pela Sherlock Communications em maio de 2024. O relatório é o terceiro estudo sobre a indústria de Streaming na América Latina produzido pela Sherlock, oferecendo insights exclusivos sobre tendências de consumo. A pesquisa foi realizada por meio de painel online em janeiro de 2024 e reúne a opinião de 3.372 pessoas na América Latina. A distribuição por país é a seguinte: Argentina (452 entrevistados); Brasil (831); Chile (441); Colômbia (403); México (821); e Peru (424).


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Um quarto dos brasileiros consumidores ignoram aumento no valor dos streamings