Se estivesse vivo, Ingmar Bergman completaria 95 anos neste domingo (14). Morto em 2007, o cinesta deixou uma obra de mais de 60 filmes que permanece como uma das mais influentes da história do cinema, sendo cultuado por diretores como Woody Allen, Steven Spielberg, Martin Scorcese e Francis Ford Coppola.

Sueco, Bergman explorava temas como religião e o sentido da vida e da morte. Um de seus filmes mais celebrados, O Sétimo Selo (1958), mostra – em cena antológica – o protagonista jogando uma partida xadrez com a morte enquanto reflete sobre o sentido da sua existência.  

Na Trilogia do Silêncio, composta pelos filmes Através de um Espelho (1961), Luz de Inverno (1962) e O Silêncio (1963), o cineasta provoca o espectador por meio do desconforto com tomadas longas e diálogos mínimos. Para falar de temas polêmicos, como a sexualidade de dois irmãos, Bergman é sutil: o close de um balde de leite derramado sobre o chão já diz tudo.

Já em Persona (1966), embarca na psicanálise: uma atriz surta e deixa de falar repentinamente. Para quebrar o silêncio, sua enfermeira confessa a ela todos os seus segredos e, por fim, acaba se tornando a paciente, em uma metáfora sobre máscaras sociais que se usa ao longo da vida.

Persona também é o trabalho mais aclamado da atriz Liv Ulmann, que teve um romance e um filho com o Ingmar e protagonizou 10 filmes dirigidos por ele. Os papéis femininos, por sinal, sempre tiveram destaque no trabalho de Bergman, com expressão de sexualidade e independência nunca alcançada por seus personagens homens. Ele chegou a se se envolver com outras duas atrizes: Bibi Andersson e Harriet Andersson

“Eu não quero fazer filmes intelectualizados somente. Eu quero que as pessoas sintam meus filmes. Para mim, sentir é muito mais importante do que entender”, declarou, em 1964, à revista Playboy. Bergman sabia: por mais difícil que um filme possa ser, a emoção é uma língua universal. E nada provoca tanta emoção quanto o cinema em sua mais pura forma.


int(1)

Herói de Woody Allen, Spielberg e Coppola, cineasta Ingmar Bergman completaria 95 anos hoje

Sair da versão mobile