Filmes de Pier Paolo Pasolini

As Mil e uma Noites (1974) faz parte da retrospectiva de Pasolini no CCBB SP e RJ
As Mil e uma Noites (1974) faz parte da retrospectiva de Pasolini no CCBB SP e RJ
Créditos: Divulgação

Pier Paolo Pasolini dispensa apresentações. Alguém discorda? Na dúvida, vamos em frente: o idolatrado cineasta italiano, morto em 1975 aos 53 anos, continua sendo estudado, analisado, dissecado e incensado ao longo dos últimos 40 anos – uma das provas disso: acaba de ser tema de uma cinebiografia dirigida por Abel Ferrara, com Willem Dafoe vivendo os últimos dias de Pasolini.

A importância e influência do cineasta no cinema mundial e no debate sobre a política e as liberdades continuam fortes, e surpreendentemente atuais – o momento político, de volta ao conservadorismo, mostra que a rebeldia de Pasolini ainda é necessária.

Por tudo isso, vale a pena conhecer (ou rever) a obra completa do diretor. A oportunidade vem com a mostra Pasolini, ou quando o cinema se faz poesia e política de seu tempo.

Apesar do título pomposo, o conteúdo da mostra é irresistível: serão exibidos 14 longas (a maioria ficção, mas rolam alguns documentários também) e 8 curtas ou médias (também envolvendo ficção e doc), todos dirigidos por Pasolini. Detalhe nada desprezível: os filmes serão exibidos em película de 35mm – luxo raro nos digitais dias de hoje.

Também fazem parte da mostra cinco filmes sobre o diretor, e mais cinco produções, estas brasileiras, que se comunicam com o universo do cineasta. Entre elas, A Idade da Terra (1980, de Glauber Rocha), o recente Tatuagem (2013, de Hilton Lacerda) e os raríssimos e imperdíveis Contestação (1969) e Orgia ou o Homem que Deu Cria (1970), ambos dirigidos pelo escritor João Silvério Trevisan.

Dentre a filmografia de Pasolini, destaque para os clássicos absolutos, como Teorema (1968), os teatrais e épicos Medeia (1969) e Édipo Rei (1967), e a fase de “fábulas eróticas medievais”, com Decameron (1971), Os Contos de Canterbury (1972) e As Mil e uma Noites (1974). E claro, a pedrada final de Pasolini: seu último filme, o devastador Saló ou Os 120 Dias de Sodoma (1975).

Além da retrospectiva cinematográfica, a mostra terá ainda mesas de debates e uma exposição fotográfica inédita, com imagens da África e da Ásia clicadas por Pasolini (mas a exposição só acontece na versão carioca do evento). A mostra estará em cartaz no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil – do Rio de Janeiro, de 16 de outubro a 10 de novembro, e no CCBB de São Paulo de 22 de outubro a 16 de novembro. Veja a programação completa no site do CCBB.


int(1)

Guru maldito, Pasolini volta em mostra completa de seus filmes no Rio e em SP