A edição 2013 do Festival Internacional e Cinema do Rio mostrou ao mundo o talento de uma jovem cineasta de Nova Iguaçu. Andressa Lyrio, hoje com 21 anos, foi um dos grandes destaques da programação com o curta de animação ‘Sonhos’, que conta a história de Malena. A protagonista vive em um mundo preto e branco, presa pelos próprios medos apesar de ter uma porta ao alcance de sua mão.

A produção foi bem aceita pelo público e crítica não só no Brasil, mas também no exterior, onde foi exibida em diversos festivais de cinema e concorreu a prêmios importantes.  Um deles foi o de melhor curta-metragem no Monstra – Festival de Animação de Lisboa. No entanto, antes disso Andressa já era conhecida no Brasil, e especialmente no estado do Rio de Janeiro, por conta dos sete filmes que produziu antes de ‘Sonhos’, fazendo com que passasse a ser considerada um dos nomes mais promissores da nova geração brasileira de cineastas de animação.

O interesse pelo mundo de cinema surgiu cedo em Andressa. Filha dos proprietários de um videoclube, costumava pegar filmes para ver em casa – sobretudo desenhos animados. “Eu não pagava a locação, mas tinha de devolver o VHS rebobinado”, diverte-se ao relembrar. Alguns anos depois, aos 13, Andressa participou pela primeira vez de um festival de animação, com um curta de 15 segundos de duração. Fã dos estilos de Walt Disney e Steven Spielberg, hoje atua na área de design gráfico e continua produzindo seus curtas animados.

A paixão pela animação, aliás, foi o que serviu de inspiração na hora de criar o roteiro de ‘Sonhos’. De acordo com Andressa Lyrio, sua ideia foi a de mostrar um pouco do momento que ela própria atravessava com relação ao trabalho. “Animação não é um mundo chato e trabalhoso, mas algo colorido, onde o impossível pode acontecer. Outra motivação foi mostrar o conflito que o medo de coisas simples – como abrir uma porta e ver o que tem do lado de fora – pode gerar.

Do processo de produção de ‘Sonhos’, Andressa destaca a utilização de três técnicas diferentes (2D, 3D e Stopmotion) como seu principal desafio, além do prazo apertado que precisou cumprir. “Outro desafio foi com relação ao roteiro, pois o curta não possui falas. Sendo assim, precisa ficar claro para o público os sentimentos da personagem e a mensagem que se deseja mostrar no contexto”, revela.

Decidida a continuar produzindo curtas que levem esperança, alegria e mais imaginação para crianças e adultos, a jovem conta que caminho seguiria caso fosse produzir um filme sobre Nova Iguaçu, sua cidade natal: “Seria um filme voltado para a nossa história. Algo com uma pesquisa bem feita que professores de história já comentaram comigo e que poderia ser mais explorado, mostrado com mais profundidade nos livros – e porque não também nas telas?”

Assista a um trechinho de ‘Sonhos’:


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Destaque da nova geração de cineastas, jovem de Nova Iguaçu fala de desafios da animação