Excesso de peso em mulheres alerta para os riscos na gravidez (Foto: Pixabay)

Levantamento recente do Ministério da Saúde aponta que o sobrepeso em mulheres já é maior do que nos homens. Segundo especialistas, o excesso de peso pode causar problemas graves na gestação, com riscos para a saúde de mães e bebês.

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Segundo o Vigitel, sistema de vigilância do Ministério da Saúde, a última década testemunhou um salto alarmante do excesso de peso entre a população brasileira e as mulheres em especial, atingindo 62% da população feminina no Brasil. Para os especialistas em saúde pública, este cenário afeta diretamente a saúde da população e acende uma luz de alerta para as autoridades sobre os riscos associados à gestação tanto para as mães quanto para os bebês, como diabetes gestacional e problemas cardíacos.

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“Os efeitos diretos da obesidade para a saúde dos bebês podem ter repercussão até na vida adulta, o que configura uma preocupação muito grande em relação às futuras gerações “, explica a nutricionista Elaine Pádua.

Um estudo conduzido pela Elaine Pádua trouxe à tona a relação direta entre excesso de peso e problemas na gestação. A pesquisa comparou grupos de gestantes adolescentes e gestantes acima dos 20 anos, revelando diferenças significativas que merecem atenção.

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O estudo evidenciou que, embora haja uma menor prevalência de obesidade entre adolescentes, em parte devido a um metabolismo mais acelerado e hábitos de vida mais ativos, as complicações associadas ao sobrepeso não são exclusivas de qualquer faixa etária. “A
obesidade na gravidez é uma condição duplamente preocupante. Afeta não só a saúde da mãe, mas também pode predispor o bebê a problemas de saúde futuros”, enfatiza a nutricionista.

Já as gestantes acima de 20 anos apresentaram uma taxa de obesidade maior. “Mudanças hormonais e um metabolismo geralmente mais lento contribuem para essa maior incidência de sobrepeso em mulheres adultas”, aponta Elaine Pádua.

A pesquisa ressalta que a alimentação exerce um papel crucial na concentração de adiponectina. Dietas ricas em ácidos graxos saturados e trans, açúcares simples e carne vermelha podem ser prejudiciais. Em contrapartida, uma alimentação equilibrada e saudável
pode melhorar os níveis deste hormônio, beneficiando a gestante e o desenvolvimento fetal.

Elaine Pádua explica: “Os níveis de adiponectina, um hormônio secretado pelo tecido adiposo, são essenciais para manter o equilíbrio metabólico. Na gravidez, os níveis adequados deste hormônio são cruciais, pois uma queda está associada ao desenvolvimento de
resistência à insulina e complicações como o diabete mellitus gestacional.”

Quanto à saúde fetal, o estudo aponta que a obesidade materna está relacionada ao risco de o bebê nascer com excesso de peso, o que pode acarretar complicações neonatais e influenciar a saúde da criança ao longo da vida.

A pesquisa chama atenção ainda para um aspecto muitas vezes esquecido: o baixo peso materno. “Embora o foco seja frequentemente o sobrepeso, o baixo peso também traz riscos, podendo levar a restrições nutricionais para o feto”, alerta a especialista. Uma dieta
de ganho de peso saudável deve ser rica em nutrientes e balanceada, visando a saúde da mãe e do bebê.

Este estudo destaca a importância de um acompanhamento nutricional adequado durante a gravidez, visando não apenas a saúde da mãe, mas também a do bebê, sublinhando que uma abordagem preventiva é essencial para garantir uma gestação saudável e um futuro mais
promissor para as próximas gerações.

Elaine Pádua – CRN – SP 22094

Nutricionista pós-graduada em Nutrição nas Doenças Crônico – Degenerativas pelo Instituto de Pesquisa e Ensino do Hospital Israelita Albert-Einstein.

Especialista em Adolescência para equipe multidisciplinar pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.

Pós-graduada em Nutrição Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul.

Mestra em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo do Departamento de Medicina (obstetrícia).

Curso de Lifestyle Medicine: Tools for Promoting Healthy em Cambridge nos Estados Unidos


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