Cigarro: o inimigo da voz
Gritar, se expor ao ar-condicionado, falar durante os exercícios, consumir bebidas alcoólicas, pigarrear e principalmente FUMAR, são alguns hábitos prejudiciais à voz.
O cigarro é um inimigo perigoso para qualquer um, principalmente àqueles que trabalham com a voz. Ele, além de prejudicar a respiração, torna as cordas vocais mais “espessas”, alterando o timbre e prejudicando a afinação. Já pensou se você vai conquistar aquele gatinho com uma voz de machão? Ou está naquela entrevista de emprego super importante e a voz não sai?
As alterações vocais afetam a vida pessoal, social e, sobretudo, a profissional. Por isso, tem de ser levado à sério!
Mais vale dois cigarros na mão do que um microfone na mão?
A fumaça quente agride todo o sistema respiratório, especialmente as pregas vocais. Causa tosse, pigarro, edema (inchaço), irritação, aumento da secreção e infecções.
As pregas vocais e a laringe são revestidas por um tecido chamado mucosa (rico em água) que deve apresentar uma movimentação ampla e solta para que haja uma boa qualidade de voz. É sobre a mucosa que a fumaça age diretamente desencadeando duas reações: formação de muito muco e alteração dos movimentos da laringe que provoca o pigarro.
O pior de todos os males que o cigarro pode causar à voz é o câncer. Além do câncer de pulmão, há o da laringe, o da faringe e o da boca. O câncer é terceira principal causa de morte no país (12,32 % do total dos óbitos), superado apenas pelas doenças cardiovasculares e causas externas (acidentes de trânsito e violência urbana).
Lembrem-se que efeitos nocivos do cigarro também se aplicam ao não fumante que fica exposto à fumaça. Gente, cadê o respeito ao próximo?
Quem fuma, seus males espanta? De jeito nenhum!
Existem muitos músicos conscientes dos problemas que o cigarro pode causar. Sandy (da dupla Sandy e Junior), em sua apresentação no Bourbon Street (SP), pediu para os fumantes da platéia apagarem o cigarro. Já outros músicos não têm consciência desse perigo.
O cantor Nat King Cole morreu ainda jovem de câncer de pulmão, conseqüente ao tabagismo. Assim como Harold McNair, ex-integrante do “Ginger Baker’s Air Force”; Alexis Korner, o “pai” do blues branco, que morreu de câncer no pulmão; Steve Wahrer, baterista do Trashmen, que morreu por câncer na garganta e o cantor e compositor Hank Ballard, autor da música “The Twist”, que lançou o rock in roll no mundo, que morreu de um câncer na garganta.
Outras mortes por conseqüência do cigarro abalaram o mundo. O ex-Beatles, George Harrison, faleceu em 2001 por um câncer de garganta diagnosticado em 1998. E neste ano, o cantor Bezerra da Silva morreu devido a um Enfisema Pulmonar.
