O show do Akon, que aconteceu ontem no Via Funchal, deu o que falar. Não demonstrando qualquer respeito pelo público brasileiro, ao cometer várias gafes, entre elas, chamar o Brasil de México, o cantor usou playback e saiu do palco sem se despedir do público.

Nem mesmo a camisa do Brasil com seu nome nas costas (presente de um fã recebido logo no começo da apresentação) fez o rapper senegalês perceber em que país estava. Durante o show ele gritou cinco vezes: “São Paulo, México!”. Mesmo assim, o público pareceu ter gostado da apresentação “E daí se ele não canta? Ele é lindo!”, grita Camila, 15 anos, fã do cantor.

Houve, ainda, uma encenação inesperada de striptease, depois de cantar “Smack That”, música feita em parceria com Eminem, na qual o cantor desencanou do microfone diversas vezes e assumiu o playback. Akon ficou de cuecas pretas, com as calças quase no meio das pernas e sem camisa para um público composto, predominantemente, por pré-adolescentes, adolescentes e crianças acompanhadas pelos pais. “Achei ruim essa mistura de idade, tem criança correndo no meio de gente bebendo e fumando!”, reclama Márcia, 26.

Além disso, o show durou míseros 60 minutos, com um atraso de quase uma hora no início. O músico subiu ao palco às 22h25, sendo que sua anunciação era feita desde as 21h50 e show estava marcado para as 21h30. “O lugar está quente, o cara atrasou uma hora, se for playback quero meu dinheiro de volta”, brinca Rafael, 27.

Às 22h15, um DJ que o acompanha entra em cena vestido de forma extravagante: com colete e saia quadriculas, gravata e cabelo moicano; mixou samplers de Snoop Dogg, da canção “Beautiful Girls”, um hit de Sean Kingston e “Mas Que Nada”, de Jorge Ben. Ainda atrai as atenções ao soltar fogo com um spray e subir em cima da mesa de som.

Akon levou o público ao delírio com sucessos de seus dois álbuns, principalmente de seu último trabalho, “Konvicted”, de 2006. Faixas como “I Wanna Love You”, em co-autoria com Snoop Dogg, “Smack That” e “Don’t Matter” agitaram as pessoas do local. A música rolava por trás e o cantor mixava playback com gritos para agitar a platéia, como a frase repetida por toda a hora em que esteve no palco: “Are you ready?!”, recebida com gritos e aplausos toda vez.

Já em “mama Africa” e “Lonely”, o rapper deixou o playback rolar solto e saiu cumprimentando o público, sendo levado por alguns seguranças de um lado ao outro na barreira entre palco e platéia. Betina, 15, reclama “Se ele ainda fizesse o playback certo, mas ele está indo atrás da música!”

Aproximadamente às 23h15 as luzes se apagam e o DJ mixa “Satisfaction”, do italiano Benny Benassi, deixando o público na dúvida se o show havia acabado. Porém, para sua surpresa, as luzes se ascendem novamente e o astro aparece no meio da pista, nos ombros da platéia, por onde foi levado até o palco novamente. Akon,”canta” “Sorry – Blame It On Me” (em cuja letra o cantor pede desculpas por um incidente em que dançou com uma garota menor de idade durante show em Trinidad e Tobago), cumprimenta seus fãs que o entregaram de volta ao palco e sai, sem se despedir, bem no meio do playback.

O final abrupto do show pegou os fãs desprevenidos, causando tumulto na saída do público no Via Funchal, quando todos decidiram sair de uma só vez do local. Porém, o carisma do cantor parece ter surtido efeito “É, ele não cantou muito mesmo, mas, no final, valeu a pena. O cara tem muita presença de palco”, diz Rafael, o mesmo que pediria seu dinheiro de volta. “Esse tipo de música não se canta mesmo, ele é como uma Britney Spears, a imagem que importa”, completa Ana Paula, 40, que levava seus filhos ao espetáculo.

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Vexame: Em show, Akon chama Brasil de México e sai sem se despedir