Deusdocéu! Quando me falaram que aquela aberração novelística chamada RBD tinha lançado mais um CD, eu quase caí pra trás. Será que essas pessoas não reparam que são uma piada?!

A “banda” ter nascido para completar a trama da novela é até compreensível, mas transpor o RBD para a vida real como uma banda de verdade é um disparaste sem tamanho!

E, pelo que tenho visto, a situação está ficando realmente preocupante. Aqueles seis protagonistas de quinta categoria realmente acreditam que sabem cantar e, pior, tem gente que quer ouvir!

Pessoal, acordem! Como um grupo saído de uma novela chamada Rebelde poderia ser algo sério? A própria proposta dessa novela é uma piada, tudo que esteja relacionado a ela é uma piada, e de mau gosto ainda por cima!

Analisemos friamente: a trama se passa numa escola chamada Elite Way School (só pelo nome já dá pra saber o que vem a seguir), escola para jovens riquinhos e mimados. Os adolescentes dessa escola, ao se sentirem pressionados, resolvem se “rebelar” contra os pais e montar a famigerada banda RBD.

Se auto-intitulam rebeldes (ou você acha que eles escolheram essas três letras ao acaso?), mas não passam de um pessoalzinho adulto com mentalidade teen querendo dar uma de gente grande. Uma coisa: aqui estou pensando nos integrantes do RBD a partir de seus personagens.

Pensemos, agora, na banda isoladamente, afinal a novela durou de 2004 a 2006, acabou. Ao seguirem em frente com essa idéia de cantar, eles devem ser analisados em outro nicho: o de grupos pop ruins.

Sim, porque, convenhamos, aquelas músicas com as vozinhas esganiçadas das meninas ou a voz de amante latino dos caras, cantando sobre amor é muito ruim.

Mesmo assim, eles estão seguindo em frente(…) E apesar de toda a plasticidade, um dos membros, o tal Christian Chavez, provou ser de verdade (o que é bom diante de tanto artificalismo) ao sair do armário em março do ano passado.

E, como eu dizia no começo, quando pensava que esse grupo já era, eles me vêm com mais esse CD (Empezar Desde Cero) e o tal Christopher ainda diz que com isso “o RBD deixou de ser um fenômeno, para ser algo real”. Se é real ou não, só sei que está saindo do controle.

Outro dia, eu estava caminhando na minha querida Paulista, quando ouço sons do que seria uma pequena passeata. Viro-me para ver o que era e me deparo com cópias mal feitas dos personagens da novela Rebeldes. Uma daquelas criaturas segurava um cartaz, que tinha orgulho de erguer, em que estava escrito alguma coisa como “Dia do RBD”.

Como se a poluição visual não fosse o bastante, eles ainda resolveram encher nossos ouvidos com canções do grupo. Fiquei tão injuriado, que minha reação não foi outra senão rir. Riso de incredulidade.

E, apesar de existir um Veloso Gilberto aqui que não pensaria duas vezes em extingui-los do planeta, há ainda quem os chame para fazer um dueto.

É o caso de Taboo, do Black Eyed Peas, que por sinal acabou com a música que toca no filme de Tarantino, Pulp Fiction (originalmente “Misirlou”, de Dick Dale & The Del Tones), mas isso é assunto para outro artigo.

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Veloso Gilberto - Demorou para acabar, hein, RBD!