Amy Winehouse mal acabou de ser considerada revelação musical com sua voz aveludada de neo-diva do soul, de 24 anos, e já querem tirar o posto que é seu por direito.

‘Tá certo que a mocinha abusa de drogas e vive sua vida completamente desregrada, o que pode ter contribuído para que seu prestígio inicial caísse um pouco – mesmo tendo ganhado cinco prêmios no Grammy, houve ainda uma Natalie Cole que a desmereceu –, mas ela ainda é Amy Winehouse.

Pois bem, aí surge uma outra moça chamada Adele (Adele do quê, hein?), uma britânica branca com uma voz forte, e já saem por aí falando que essa nova cantora é a nova Winehouse.

De fato, a cantora-problema se tornou referência. Quando surgiu ao mundo, Amy foi comparada, pelos críticos, a divas consagradas de um passado intangível como Aretha Franklin e as girls-groups dos anos 60 como Supremes e Shangri-Las. Sem dúvida, ela foi a primeira, desta nova geração a se destacar por sua voz e seu estilo.

A questão é que, antes, a relação de comparação era um elogio às novas cantoras, quando estas lembravam ícones tradicionais. O acontece atualmente é que a comparação, no caso de Adele e Winehouse, estabelece uma relação de substituição. Como se Amy já estivesse passada e precisássemos de outra “neo-diva” para ocupar seu lugar.

Mas, falemos um pouco de Adele. Ela faz parte dessa nova geração de cabtoras aspirantes que compõem suas músicas e utilizam a internet para divulgá-las. Com apenas um álbum, 19, lançado em janeiro, conseguiu liderar as paradas no dia 9 de fevereiro e caiu nas graças da imprensa do Reino Unido.

Apesar das comparações, o site “Telegraph” afirmou que Adele difere de Winehouse por ser mais fácil de ouvir, ter uma música mais ‘limpa’, suave. As letras também são mais simples, de acordo com Micheal Deacon.

Sem dúvida, ela tem um talento eminente, mas parece ainda estar muito verde. Apesar das boas influências – Etta James, Dusty Springfield e Billie Holiday –, ela escreve baladas basicamente sobre seu ex-namorado e ainda mora com a mãe.

Só nos resta esperar e ver o quão longe essa Adele (Adele do quê, afinal?) vai estar, daqui a um ano, e o quão consolidada sua carreira estará para agüentar o tranco da substituição por uma nova Adele, que possivelmente surgirá.


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Veloso Gilberto - Adele é Adele, Amy é Amy!

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