Sustentada por seus rendimentos publicitários, a Universal Music, número um na indústria fonográfica mundial, oferecerá nos Estados Unidos e no Canadá o download gratuito de músicas para competir com a Apple e o sucesso de seu iTunes.

O anúncio, feito nesta terça-feira, é inédito desde que a criadora do iPod – que, segundo estudos, detém de 70% a 85% do mercado americano de música digital – marcou o terreno com um modelo pago, que oferece músicas a 99 centavos a unidade.

A Universal Music, filial do grupo francês Vivendi Universal, se associou à jovem empresa nova-iorquina SpiralFrog para lançar um serviço em versão “beta” no fim de 2006.

As modalidades financeiras não foram divulgadas e a SpiralFrog se limitou a informar que o projeto implica em partilhar os recursos publicitários.

Entrevistado pela AFP, um porta-voz da Universal Music em Nova York não deu detalhes sobre valores, nem sobre a rentabilidade esperada.

Quanto ao sucesso deste novo modelo, “é muito cedo para saber, deixaremos os consumidores decidirem”, disse o porta-voz. Os dois sócios negam o objetivo de competir com o iTunes, que funciona exclusivamente com o iPod, cujo sucesso, após seu lançamento, em 2001, gerou um enorme fenômeno social.

“É um modelo adicional e legal de acesso à música na internet, já que sabemos que os consumidores gostam de poder comprar de formas diferentes”, destacou a Universal.

Para Mark Mulligan, analista da Jupiter Research, “é muito cedo” para saber se é uma ameaça para o iTunes, quando o mercado da música digital começa a se diversificar.

“A posição dominante da Apple significa que há apenas uma direção para onde pode ir sua parte de mercado: para baixo”, acrescentou o analista.

O problema a mais longo prazo é, segundo ele, o estabelecimento de padrões para os arquivos musicais, o que permitirá ao consumidor executá-los no reprodutor digital de sua escolha.

Tanto para a Universal quanto para SpiralFrog, o novo serviço é uma forma de combater o download de músicas piratas na internet, um fenômeno social que tem sido alvo de uma verdadeira cruzada por parte da indústria fonográfica. No fim de julho, por exemplo, o site Kazaa chegou a um acordo para legalizar seu conteúdo, suspendendo assim os processos judiciais contra ele.

Segundo o IPFI, a associação que representa a indústria fonográfica, a pirataria na internet representa cerca de 40% dos downloads de música.
Mas além da pirataria, o setor tem um forte potencial: a venda on-line de músicas nos Estados Unidos aumentou 89% em um ano para 144 milhões no fim de março, segundo o IFPI.

Para Mulligan, a oferta da Universal “faz parte da evolução desta indústria que está mais aberta ao suporte digital”. O portal na internet AOL anunciou na terça-feira a oferta de um serviço de música por assinatura.


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Universal se lança no segmento de downloads gratuitos de músicas