Tokio Hotel no Via Funchal, São Paulo


Créditos: Rennan Teixeira / Virgula

Por dois dias, desde o último final de semana, fãs fizeram da rua Funchal, Vila Olímpia, São Paulo, um dormitório a céu aberto. Tudo para pegar um bom lugar no esperadíssimo show da banda alemã Tokio Hotel, que veio ao Brasil pela primeira vez.

A turnê, chamada Humanoid City, é a mesma que rendeu um CD e DVD ao vivo, lançado no meio do semestre de 2010. Os irmãos Bill (vocalista) e Tom Kaulitz (guitarrista), Georg Listing (baixista) e Gustav Schäfer (baterista) estouraram no mundo do pop-rock por volta de 2005, mas tocam desde 2001.

O quarteto inicia a noite com Noise, arrancando gritos estridentes. Bill surge de um elevador por trás do baterista (no DVD ele sai de dentro de uma bola de ferro, mas esta não veio ao Brasil por problemas técnicos). De óculos escuros e roupa de couro cheia de detalhes, o vocalista mostra todo a força de seu vocal durante a 1h30 do show.

Foram ao menos sete trocas de figurinos de Bill ao longo do show, cada uma com um detalhe luminoso diferente. Bill é o único trocar de trajes durante todo o show e também o único falante durante apresentação. Ele agradece aos fãs pelo apoio e por fazerem de uma viagem tão longe de casa algo muito especial.

SINCRONISMO E SIMPATIA

Jovem e talentosa, a banda dá um show de sincronismo e simpatia. Parecem se surpreender com a resposta aos primeiros acordes de Automatic, uma das músicas mais desejadas pelos fãs desde Moonson. Os fãs começam a pular e cantar, em um coro provavelmente nunca visto antes pelos rapazes.

Com pouco mais de uma hora de show, o vocalista anuncia que a próxima música será a última da noite. Hello começa a ser tocada e em questão de segundos todos os presentes percebem que seria impossível aquela ser a última música. Ainda havia muito show e gritaria pela frente.

Depois de uma pausa, Bill e Tom surgem acima do palco apenas com um banquinho e um piano. É o momento de Zoom Into Me, uma balada com acordes tristes, propício para que no último refrão o instrumento pegasse fogo. Tom permanece tocando enquanto o fogo consome o instrumento. A gritaria ensurdece, arrepia a espinha.

Final? Que nada, o que seria da apresentação do Tokio Hotel sem a música que fez dos alemães uma grande sensação teen. Berrando “São Paulo”, “Obrigado”, Bill inicia Moonson. Percebendo a euforia dos fãs, se doou por inteiro e passeou de um canto ao outro do palco, subiu e desceu as escadas e puxou um coro vigoroso durante toda a música.

BIS

“Tokio Hotel” era o que cerca de quatro mil pessoas berravam na busca insana por um bis. Funcionou. Os garotos voltaram, Bill usando uma armadura branca, com um pique que parecia de início de show. Mas Forever Now seria, agora sim, a última música.

Terminada a música, o quarteto deixa o palco de sopetão parecendo que poderia rolar ainda mais um bis, mas foi só ilusão. Tokio Hotel deixou muitos fãs aguardando um retorno. Mas, para dar a certeza de que o fim da viagem futurista havia acabado, as luzes da casa se acenderam.

Algumas pessoas ainda esperavam por Don’t Jump como fechamento. A música, que não está no DVD, é uma espécie de hino dos fãs, mas vai ficar para uma próxima passagem do Tokio Hotel pelo Brasil. Quem sabe agora chegando em uma nave, ou voando pelo palco.


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