Em apenas quatro anos de carreira, completados na semana passada, os garotos Beto, Vine, Pedro, Caio e Koala, mais conhecidos como Replace, foram do anonimato a um contrato com a maiora fábrica de hits do país. Não é à toa que o aniversário entrou nos assuntos mais comentados pelos brasileiros no Twitter.

A banda dos “coloridos” hoje faz parte do elenco da Arsenal Music, de Rick Bonadio, e subiu pras cabeças graças a dois fatores importantes: a onda do happy rock, do qual eles fazem parte ao lado de nomes como Cine e Restart; a explosão do Replace na web, já que todos os integrantes fazem questão de responder os recados e perguntas de seus fãs.

Em entrevista exclusiva para o Virgula Música, o vocalista Beto não se acanha em dizer que o Replace veio para ficar. “Em uma cena em que todo mundo faz a mesma coisa, queremos ser diferentes”, garante ele.

“O diferencial do Replace é mesmo a sinceridade com que abordamos a música. A gente realmente ama o que faz, e isso faz toda a diferença”, afirma ele, deixando no ar a dúvida se eles consideram seus colegas pouco sinceros.

Ele repensa: “Mas calma, deixa eu reformular. Não é que as outras bandas não sejam sinceras, e sim que nós realmente tocamos com muita garra, muita vontade”, esclarece Beto.

O baixista Koala oferece seu ponto de vista: “Acho que o Replace faz a diferença na hora de não ter medo de misturar diferentes sons. O Beto é um cara que adora samba e forró, por exemplo, enquanto eu curto rap e hip hop. O Vine já é um cara mais do rock pesado. E o som do Replace tem tudo isso”, afirma. Para ele, a banda traz uma variedade que não existe na cena pop-rock nacional.

“As pessoas esperam que o pop-rock seja quadradinho, certinho, sempre da mesma forma, mas não queremos isso. Muitas bandas apostam na mesmice, e vamos mudar esse cenário”. Mas e se não houver espaço? “Caso isso aconteça, vamos criar esse espaço”, desafia ele.

Happy rock

Para Beto, não há problema algum com o rótulo de happy rock ou rock colorido. “Acho legal essa questão do happy rock, porque tudo que é novo é legal. Não vejo problema no rótulo, a gente até adotou”, afirma.

Koala também não se importa em ser chamado de happy rock. “É tranquilo, gostamos de ser happy rock. Mas até virou uma brincadeira entre a gente, porque acho que isso é mais uma gíria do que propriamente um gênero musical. Eventualmente vai passar”, opina o baixista.

Novo álbum

Prestes a lançar seu primeiro álbum pela Arsenal Music, o Replace reafirma a crença na misutra de estilos – até os mais inesperados.

“Nosso álbum novo vai ter muito hip hop e guitarras bem pesadas. Vamos mostrar que dá para misturar e fazer um som bacana”, afirma Beto.

Questionado se o grupo teve que convencer seu produtor Rick Bonadio a aceitar essas ideias, Beto afirmou que foi exatamente o contrário. “Que nada, foi ele que sugeriu essas mudanças! A gente até tinha feito algo mais pop, mas ele achou que esses elementos de outros estilos iriam melhorar o disco”, revela.

Na estrada

Entre mil histórias bizarras de turnê, Beto e Koala destacam três aventuras.

“A primeira delas foi quando fomos tocar em Ipatinga (MG). Um caminhão capotou no meio da estrada e ficamos presos lá. Daí nunca liberavam a estrada, e resolvemos seguir um esquema de uns caminhoneiros que queriam tentar um caminho alternativo. O resultado? Fomos parar em uma vilazinha que devia ter uns três habitantes”, conta Beto.

“Teve uma vez que fomos tocar em uma cidade e não conseguimos hotel. Daí, acredite ou não, nos hospedamos em um asilo, e ficamos lá fazendo amizade com os velhinhos e fazendo um barulhão pelos corredores”, ri Beto, que deixa para Koala a história da terceira aventura:

“Quando fomos tocar no Rio Grande do Sul, nos prometeram um hotel bacana, shows em lugares legais, enfim, estava tudo combinado. Daí chegamos lá e nos colocaram em um motel beira de estrada, com várias putas na rua. Até nos aconselhavam a não andar na rua, porque dava medo!”, brinca Koala.

“Queremos ser felizes”

O Replace, em uma definição de seus próprios integrantes, é uma banda de pop, mas também de rock. E o rock sempre foi um estilo contestador, que questiona e se posiciona contra muitas coisas.

O lado roqueiro do Replace é contra alguma coisa? “Somos contra ser contra alguma coisa! Queremos é ser felizes!”, brincou Beto, que declara que o segredo é não se abalar com pouco e não fazer manha. “Não dá pra ser essas bandas que reclamam de tudo e ficam se lamentando. Queremos mais é ser felizes!”, proclama.

Veteranos

Quem diria, o pessoal do Replace é praticamente um veterano do pop-rock nacional.

Hoje, são outras bandas que estão na mesma posição que eles estavam quatro anos atrás.

Aproveitamos a ocasião para fazer um levantamento de quem tem potencial para ser os Replaces, Restarts e Cines de daqui a dois, três anos.

Porque, como você bem sabe, a fila anda!

Clique abaixo para ver as fotos das novas promessas do pop-rock brasileiro!


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Replace celebra quatro anos e diz que sinceridade é seu diferencial