A banda gaúcha Pata de Elefante, que estreiou no Abril Pro Rock neste ano, toca um rock instrumental e já se apresentou em diversos festivais. Surgida em janeiro de 2002, a banda tem dois discos no currículo e uma sonoridade que remete à surf music e bandas dos anos 60 e 70.

Em entrevista ao Virgula Música, o baterista Gustavo Telles comentou da importância do festival recifense. “O Abril Pro Rock é pioneiro quanto a festivais independentes no Brasil. A cena de festivais que existe hoje é conseqüência de se fazer o Abril Pro Rock há 16 anos”.

Este ano, o evento trouxe as bandas gringas New York Dolls e Bad Brains, que tocaram no dia 11, The Datsuns, dia 12, Helloween e Gamma Ray, que se apresentarão no dia 27. Sobre a experiência de tocar no mesmo palco dos veteranos, Telles afirma que foi “Do caralh*!”.

O baterista conta que a banda surgiu do acaso. “Eu e o Gabriel (Guedes, guitarra/baixo) tínhamos uma data para fazer. Conheci o Daniel Mossmann (guitarra/baixo) minutos antes do show. O que era para ser apenas uma jam, resultou na Pata de Elefante. E desde o início sentimos que não havia necessidade de colocamos um vocalista, estávamos dispostos a fazer canções instrumentais”.

Apesar de não usual, a ausência de letras nos arranjos não representou um empecilho no que diz respeito à aceitação do público. “O fato de sermos uma banda de canções instrumentais, em que a guitarra faz as melodias, é o nosso diferencial. Nunca foi um empecilho. Desde o início sempre fizemos shows juntamente com bandas com vocal, e é esse o tipo de público que gosta da nossa música”.

O Pata de Elefante é realmente diferente das outras bandas. Para começar, os integrantes conseguem se sustentar tocando —“Vivemos de música e para a música!”—, ao contrário do que acontece com outros grupos do meio independente.

E por falar nisso, Telles comenta o que ele acha da cena atual: “Tem muita coisa acontecendo. Artistas, produtores e pessoas envolvidas nesta cena estão aprendendo cada vez mais a se mover e a se manter neste circuito. Mas há muito a melhorar”.

A banda leva na bagagem dois discos, o primeiro, homônimo (2004) e o segundo, Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha (2007), que podem ser encontrados no site do selo goiano Monstro Discos (monstrodiscos.com.br), no da distribuidora Tratore (tratore.com.br) ou no da banda (patadeelefante.com.br). E os caras já estão em processo de composição do próximo trabalho. “Logo, logo, teremos novidades”, comenta o baterista.

Das influências da banda, Telles destacou “Eric Clapton, Jimi Hendrix, The Beatles, The Who, The Band, Rolling Stones, The Ventures e compositores de trilhas sonoras para filmes, como Henry Mancini, Morriconi e Nino Rota.

Fora o Abril Pro Rock, a banda já se apresentou em outros festivais, como o Goiânia Noise, em 2004, 2006 e 2007; Calango (Cuiabá), em 2005; Semana da Música de Cuiabá, em 2006; Feira da Música Independente de Brasília, em 2006; Grito Rock (Cuiabá), em 2007; e Gig Rock (Porto Alegre), em 2006 e 2007.

E não pára por aí, Telles conta ainda que o grupo possui uma série de apresentações agendadas: “Temos shows no interior do Rio Grande do Sul, depois, temos o Petrobrás Cultural para fazer, com shows em Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Tatuí (SP) e Porto Alegre. Em agosto, participaremos do Rumos Itaú Cultural, com show em Belo Horizonte”.

E pelo visto muito mais shows virão, pois a banda pretende “percorrer o Brasil para mostrar o nosso novo CD, Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha”, conta Telles.


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Raio x: banda gaúcha Pata de Elefante, revelação do Abril Pró-Rock