Enquanto muitas bandas novas, que pipocam no cenário undeground, apostam na fórmula som rápido e melódico, acompanhado de um visual pretensioso, há ainda bandas que conseguem se sobressair a todo esse padrão vigente.

É o caso da Móveis Coloniais de Acaju, banda que se apresentou nesta sexta-feira (05/10) no Clube Inferno, localizado na rua Augusta, onde por volta da uma e meia da manhã a fila que se formava na porta do lugar era de desanimar qualquer um que não conhecesse o grupo.

Munidos com seus instrumentos e simpatia, os integrantes dessa banda brasiliense promoveram um verdadeiro espetáculo sonoro-performático, com direito a pseudo empurra-empurra em palco, movimentos comicamente sincronizados e dancinhas (ou seriam apenas “movimentos corpóreos imprevisíveis”?) do vocalista, que nos remetiam ao humor “não-nos-levamos-a-sério” transmitido por eles.

No repertório do show as entusiasmantes músicas “Swing Hum e Meio”, “Sadô-Masô”, “Aluga-se-vende”, “Copacabana” e a tão aclamada “Menina Moça”, literalmente, ferveram o Inferno. Como disse o carismático vocalista, André Gonzales: “O show começou quente e vocês estão quentes…”. Além das composições próprias, o grupo fez versões de “Se Essa Rua Fosse Minha”, “Give Me a Reason To Love You”, do Portshead, e “Há 10 Mil Anos Atrás”, do Raul Seixas.

Não tinha como não ser contagiado com a animação rítmica das músicas e da banda, que pedia palmas para acompanhar as canções e eram, prontamente, atendidos pelo público.

Com um CD de estréia, intitulado Idem, e um EP no currículo, a banda de 10 integrantes faz um som cantado em português, que se formos classificar em gêneros, poder-se-ia dizer que é uma “mistura de rock e ska com influências de ritmos do leste europeu e música brasileira”. Diria que é isso e mais uma pitada de algo indefinível, que lembra, em alguns aspectos, a falecida Los Hermanos. Embora, talvez, seja injusto dizer que os Móveis são parecidos com a banda carioca, já que as duas bandas nasceram mais ou menos ao mesmo tempo.

Para os desavisados, esta banda está na estrada há nove anos (começaram a tocar em 1998) e, desde antes do lançamento de Idem, eles já haviam tocado em vários festivais como Curitiba Rock Festival (2005), Brasília Music Festival (2003), Bananada (2003 e 2004) e Porão do Rock (2000).

A banda é formada por: André Gonzáles (voz), BC (guitarra), Beto Mejía (flauta transversal), Eduardo Borém (gaita cromática, escaleta e teclados), Esdras Nogueira (sax barítono), Fabio Pedroza (Baixo), Leonardo Bursztyn (guitarra), Paulo Rogério (sax tenor), Renato Rojas (bateria) e Xande Bursztyn (trombone). E o nome, aparentemente, estapafúrdio não foi escolhido ao acaso. Eles explicam: é uma homenagem ao evento histórico, a Revolta de Acaju, que aconteceu em meados do século XVIII, em que índios e portugueses se uniram para tomar de volta a Ilha do Bananal da Coroa Britânica. A revolta recebeu esse nome devido à destruição de móveis e cachimbos feitos da madeira acajus mognole.

+ Prepare o bolso! Veja os shows que rolam até o fim do ano

+ BaixaHits: baixe as músicas da parada para o seu PC


int(1)

Quente: Show da banda Movéis Coloniais de Acaju ferve o Inferno