“O carinho dos fãs é o verdadeiro combustível de nossa loucura musical”

Nessa terça-feira, a banda de reggae Planta e Raiz participou de Chat especial no Virgula. Os caras falaram da nova turnê pelo Brasil e responderam a perguntas sobre o cenário musical brasileiro, política, religião e maconha.

Inspirados nos mitos Bob Marley, Israel Vibration e Peter Tosh, a banda paulista começou em 1998, quando o vocalista Zeider e o guitarrista Fernandinho, na época colegas de escola, se uniram com o baixista Samambaia para tocar alguns covers de Bob Marley, na Feira da Vila Madalena.

“A gente ia direto nos shows da Tribo, em 95/96. A primeira vez que subimos no placo com eles foi uma honra. Depois a gente vai acostumando e vai ficando brother, mas as primeiras vezes é piração!”, contou Zeider, vocalista e líder da banda.

Com uma linguagem simples e a natureza como epicentro da maioria das letras, o reggae do Planta e Raiz correu o país e conquistou uma imensa legião de fãs, tornando-se referência no estilo ao lado da Tribo de Jah, Maskavo e Natiruts.

Na contramão dos críticos saudosistas, que atacam a atual geração da música brasileira, o Planta e Raiz aposta nas bandas contemporâneas e elogia os colegas de profissão:

“Tem uma galera que está fazendo um som da pesada mesmo. Tem a galera da antiga, como Rappa, Charlie Brown e Natiruts, que estão no corre faz tempo, e tem a galera que tá chegando agora: nós mesmos, Alma Zion, Nação Regueira, uma galera do nordeste…. É bem legal de ver a música sendo difundida. Tem muita coisa boa ainda para aparecer. Logo mais é a nova geração que estará aí, com uma nova seqüência de bandas surgindo”.

Em resposta às críticas dos internautas ao som ‘meloso’ de Armandinho e Edu Ribeiro, a banda foi enfática:

“A gente se preocupa em falar coisas boas, em coisas que a gente vai aprendendo pelo mundão. Não conhecemos tanto o Armandinho, mas não achamos que ele seja boy. Ele faz um som de amor e está indo nessa”.

E quando o reggae está em pauta, referências ao ídolo Bob Marley e à onipresente maconha não podem faltar:

“Bob foi o cara que inventou a parada daquele jeito bem melódico, gruviado. Ele tinha música de uma nota só e que passeavam em harmonia. Esse era o diferencial. Ninguém vai conseguir ser igual ao Marley, mas nós podemos ser nós mesmos. O Planta e Raiz é o Planta e Raiz. Já em relação à maconha, acredito que cada um tem o direito de decidir sobre o seu destino. Nós nos satisfazemos com o carinho dos fãs. Esse é o verdadeiro combustível de nossa loucura musical, atingir a vibe de Deus através de nós mesmos. Minha religião é Jesus Cristo, eu vivo a liberdade do amor. Religião não significa nada e meu coração está cheio de Espírito Santo”, finalizou Zeider.

Confira como foi o bate-papo na íntegra


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Planta e Raiz diz que carinho dos fãs é o combustível da banda