Em um meio dominado por duplas, o cantor Eduardo Costa não teve medo de arriscar e lançar uma carreira solo. O sertanejo de Minas Gerais começou a trabalhar profissionalmente com música há oito anos, e em 2002 lançou seu primeiro CD oficial, Ilusão.

Cinco álbuns depois, Eduardo assinou com a Universal e lançou o CD/DVD ao vivo Me Apaixonei, que vendeu mais de 500 mil cópias. Hoje, o cantor divulga seu segundo DVD, Pele, Alma e Coração – Ao Vivo, e comemora o fato de ser um dos artistas sertanejos mais populares do Brasil, mesmo tendo que competir com a onda do sertanejo universitário.

“Eu acho que tenho um diferencial, algo que as pessoas só encontram quando ouvem minha música. Tenho a voz forte, e me preocupo muito com os arranjos das canções. Foi o meu sucesso que abriu as portas para os artistas solo, eu que comecei. Hoje posso ficar feliz por ter conseguido tudo isso”, afirmou ele, que acha que hoje em dia o sertanejo é a música mais apta a se conectar com o grande público.

“O sertanejo consegue passar sua mensagem para qualquer público. Sabe por que? Por ser um gênero feliz. Ninguém sai de casa para ouvir música triste. Ninguém”, declarou ele.

Com o sertanejo se tornando cada vez mais pop e radiofônico, a temática da dor de cotovelo e do amor não correspondido precisou se atualizar e deixar a melancolia de lado. Mesmo assim, Eduardo Costa acha que “a música romântica continua necessária”.

“Eu sou um cara que faço música romântica, e quem nunca se apaixonou aí? Pô, todo mundo. E tem mais: pode ter gente que acha que é cafona, mas quem está apaixonado é sempre brega. Quem olha de fora acha ridículo, mas faz sentido pra quem está ali naquele contexto. Tenho músicas de dor extrema, mas a maioria é feliz. É isso que a moçada quer ouvir”, completou ele.

CARREIRA NO EXTERIOR

Em março deste ano, Eduardo Costa fez sua primeira mini-turnê pela Europa, passando pela Bélgica, Inglaterra e Portugal. Embora feliz com a recepção dos shows no exterior, Eduardo Costa falou que é besteira imaginar que isso significa que sua música está fazendo sucesso na Europa.

“Não existe nenhum sertanejo fazendo sucesso lá fora, isso é besteira. Quem enche nossos shows nos EUA e na Europa é exclusivamente a colônia brasileira, porque são eles que falam português. A língua é uma barreira, não adianta fingir que não existe. Nenhum inglês e nenhum belga foi ver meus shows por lá não. Se algum brasileiro disser que está fazendo sucesso entre o público gringo é mentira. Nem a bossa nova fez, é tudo conversa fiada”, afirmou ele, categórico.

“O curioso foi em Portugal, que a plateia estava lotada de portugueses e tinha poucos brasileiros. Foi uma inversão divertida, e os shows foram ótimos”, completou Eduardo.

DVD

Em seu segundo DVD, Eduardo Costa traz oito músicas inéditas e participações especiais de artistas como Belo, a também sertaneja Paula Fernandes e a dupla Alex e Konrado.

“Foi um DVD extremamente bem elaborado, e que mostra como foi a minha trajetória nesses últimos anos. O repertório foi escolhido pensando que o público curte releituras de canções antigas, em vez de um show baseado só em músicas novas. Fica mais dinâmico, e as pessoas se conectam mais com o artista. Cantar só coisa inédita não rola”, explicou o cantor, que se sente em um momento no qual “é preciso trabalhar cada vez mais”.

“Sou um apaixonado por sertanejo, um cara que realmente ama o que faz. Então tenho a obrigação de trabalhar a beça e fazer isso direito. Não é brincadeira. É profissão”, completou Eduardo Costa.


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Para Eduardo Costa, sertanejo estourou porque "ninguém sai de casa para ouvir música triste"

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