Osesp na Sala São Paulo (Foto: Beatriz de Paula)

Na segunda semana da Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp segue sob a batuta de seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, nos concertos de 09 e 11/mar na Sala São Paulo.

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O programa, que inclui obras de Mozart (a Abertura da ópera A Flauta Mágica) e Jean Sibelius (sua Sinfonia nº 5), terá também a participação do violinista ítalo-alemão Augustin Hadelich como solista no Concerto para Violino de György Ligeti (cujo nascimento completa 100 anos em 2023).

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Em A Flauta Mágica, a mais deliciosamente “nonsense” das óperas de Mozart, a história de dois casais, um nobre e um plebeu, é narrada como conto de fadas. A flauta é o talismã que permite ao príncipe Tamino e à sua amada Pamina passarem pelas provas do fogo e da água sem sofrerem qualquer consequência funesta. Muito já se falou sobre a antipatia que Mozart nutria pelo instrumento, mas a beleza dos solos que povoam a última ópera do mestre austríaco parece provar o contrário. É a flauta que sobrevoa todas as paisagens e que conduz o herói (e o público) por terrenos minados. A ópera se tornou célebre por reunir, em doses perfeitamente equilibradas, comédia, romance, aventura, intriga, suspense e conselhos edificantes. E a “Abertura” concentra todas essas qualidades em uma música borbulhante.

Para György Ligeti, a ideia de escrever um concerto para violino surgiu, em 1984, com Saschko Gawriloff, violinista que estreou o Trio para Trompa do compositor húngaro. A obra foi trabalhada, executada e retrabalhada de 1989 a 1993. O próprio Gawriloff estreou três movimentos do Concerto em novembro de 1990, junto à Orquestra Sinfônica da Rádio de Colônia. Porém, insatisfeito com a primeira versão do primeiro movimento, com sua ultrapassada “atmosfera folclorista” e seu emaranhado rítmico demasiadamente complexo, que teria levado a um “produto final […] muito caótico”, Ligeti compôs um novo primeiro movimento, além de mais dois movimentos inéditos. A primeira versão com os cinco movimentos foi estreada em Colônia em 1992, e a versão definitiva da obra — com o terceiro e o quarto movimentos já reorquestrados — veio à luz em 9 de junho de 1993, com Gawriloff à frente do Ensemble Intercontemporain, sob regência de Pierre Boulez. De caráter dramático e inusitada intensidade emocional, o Concerto para Violino representa, na visão do musicólogo Volker Helbing, o “confronto [de Ligeti] com seu próprio papel de sobrevivente”.

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As Sinfonias nº 2 e nº 5 competem pelo título de a sinfonia mais popular de Sibelius. Ambas são esplêndidas e terminam numa gloriosa erupção de energia. A maestria soberana da Quinta não dá nenhum indício dos anos de duras escolhas subjacentes à sua composição: ideias eram concebidas, descartadas, reescritas e finalmente retomadas em novas formas. A primeira versão da Sinfonia nº 5, apresentada em Helsinque na ocasião dos cinquenta anos do compositor, em 1915, alcançou enorme e imediato sucesso. Sibelius já era um herói nacional, e a recepção foi avassaladora. O compositor precisou receber delegações por horas antes do concerto, durante o qual a plateia gritava de alegria, e as celebrações se estenderam por vários dias e apresentações. Era com alívio que a Quinta Sinfonia chegava ao público após a Quarta, que havia sido considerada de difícil compreensão. Para alguns acadêmicos e críticos influentes, contudo, a obra era uma decepção, uma vez que esperavam que Sibelius continuasse no caminho da destruição total da tonalidade que havia iniciado com a sinfonia anterior.

 

Serviço

09 de março, quinta, às 20h30
10 de março, sexta, às 20h30 – Concerto Digital
11 de março, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 50,00 e R$ 258,00 [preços inteiros]


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Osesp e Thierry Fischer se apresentam com violinista Augustin Hadelich