(Foto: reprodução/Facebook) Orishas

A música latina, em especial a cantada em espanhol, não vive só de ‘Despacito’, de Luis Fonsi, e ‘Paradinha’, de Anitta, embora as duas estejam marcando presença nas paradas mundiais há um bom tempo. Muito antes, desde a década de noventa, o Orishas já fazia essa mistura sonora com ritmos de Cuba, Colômbia, Venezuela e Brasil ao som do hip-hop. A banda de Havana, que retomou as atividades após seis anos separada, comemora o ‘boom’ do estilo. “O crescimento da música latina no mundo deve ser admirado. Como latinos, nós devemos nos orgulhar disso”, diz Yotuel Romero em exclusiva ao Virgula.

O Orishas aterrissa nesta semana no Brasil com a World Reunion Tour e se apresenta dia 21 no Teatro Positivo, em Curitiba, 22 no Opinião, em Porto Alegre, 23 no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, e finaliza a turnê brasuca dia 24 na Audio, em São Paulo. “Nossos concertos são únicos e nunca um é igual ao outro. Vamos apresentar os clássicos, mas também vamos tocar algo do novo álbum”, adianta Yotuel e continua: “Teremos também muita improvisação, muito free style e claro, muito de Orishas”.

Durante a conversa, Yotuel também deu dicas de como será o novo álbum, Gourmet, a ser lançado em abril, e falou quais os artistas atuais que os inspiram. Outro assunto que não poderia faltar é sobre Cuba, terra até tempos atrás desconhecida para artistas de outras nacionalidades, pois eram proibidos de se apresentarem no país. O cantor, que mora na França, comemora: “São tempos incríveis para tocar em Cuba. A oportunidade que Obama abriu no país não só tornou Cuba aberta para o mundo, mas também o mundo abriu as suas portas para Cuba”.

Confira a entrevista abaixo:

(Foto: reprodução/Facebook) Orishas

Virgula: Orishas esteve no Brasil no ano passado. O que estão preparando para essas apresentações? 

Yotuel: Nossos concertos são únicos e nunca um é igual ao outro. Vamos apresentar os clássicos, mas também vamos tocar algo do novo álbum ‘Gourmet’. Teremos também muita improvisação, muito free style e claro, muito de Orishas.

Vocês deram uma pausa por 6 anos. Por que resolveram voltar com a banda?

Retomamos este projeto porque percebemos que havia mais para darmos. Nesse tempo eu criei a minha gravadora, a Chancleta Music, e estava procurando bandas que preenchessem as expectativas que eu tinha em termos de som e essência. Então, em uma viagem a Cuba, percebi que o que eu estava procurando era o Orishas. Daí chamei o Ruzzo (Medina) e liguei para Roldan (Gonzalez) e pedi para assinar com a minha gravadora. Era a ligação que todos estávamos esperando.

O que a música cubana tem em comum com a brasileira? Onde é que as duas culturas se encontram? 

A música brasileira tem muita da África, assim como a música de Cuba. As novelas também são muito famosas em Cuba e com elas as suas músicas e seu swing. Então, os cubanos imitaram essas músicas.

(Foto: reprodução/Facebook) Orishas

A música latina está se tornando o novo hype, com Despacito, de Luis Fonsi e Paradinha, da Anitta, sendo muito tocadas por aí. O que você acha disso? 

O crescimento da música latina no mundo deve ser admirado. Como latinos, nós devemos nos orgulhar disso. Mas, como eu sempre digo, há várias músicas que eu chamo de ‘fast food’, porque são passageiras. O nosso novo álbum, ‘Gourmet’, que sai em abril, será precisamente para criar uma música diferente, sem precisar de estratégia e feita com amor.

Nos últimos anos, The Rolling Stones e Major Lazer, por exemplo, tocaram em Havana. Você acha que hoje está mais fácil para os artistas poderem se apresentar em Cuba?

São tempos incríveis para tocar em Cuba. Privar o povo de ouvir todo esse tipo de música era muito injusto, ainda mais quando se trata de Cuba, um lugar musical. A oportunidade que Obama abriu no país não só tornou Cuba aberta para o mundo, mas também o mundo abriu as suas portas para Cuba. Nessa onda, estamos querendo voltar para a nossa casa para fazer shows lá. Nunca conseguimos tocar em Havana, pois nunca fomos autorizados. Agora estamos conseguindo tocar as nossas músicas em casa.

Quais novos artistas têm influenciado o Orishas?

Definitivamente, Kendrick Lamar. Ele é um artista com boa projeção. É o artista que nós do Orishas mais temos ouvido. Sua música é muito boa, essa mistura de som afro-americano com funk. Bruno Mars também é um artista que gostamos muito.

Conte-nos algo sobre ‘Gourmet’. O que os fãs antigos podem esperar? 

Terá os melhores ingredientes da Colômbia, de Cuba, Venezuela, e do Brasil. É um álbum de 10 anos de espera. Será moderno, renovado e com um novo horizonte, uma nova proposta e uma nova visão. Sempre respeitando a sonoridade do Orishas, que é a ​​nossa herança, o nosso legado. Eu acho que esse pode ser o nosso melhor álbum, ​​o mais maduro, mais consolidado e com mais tempo de preparo e mais raiva, o que é muito importante. ‘Gourmet’ será feito para o consumo delicado e requintado de pessoas que ainda, e felizmente para nós, apreciam a boa música, porque a partir de agora, a música do Orishas não será apenas para ouvir, mas também para alimentar.

SERVIÇO

ORISHAS WORLD REUNION TOUR

Quando: sábado, 24 de Fevereiro – Abertura: 22:00
Onde: Audio – Av. Francisco Matarazzo, 694 – Água Branca – São Paulo – SP
Classificação: 18 Anos
Ingressos de R$ 100 a R$ 200 – Compre aqui

Shows mais esperados de 2018

28 de novembro em São Paulo, 30 em Uberlândia e 2 de dezembro em Curitiba
Créditos: Divulgação

int(1)

Orishas: 'Devemos nos orgulhar da popularização da música latina'

Sair da versão mobile