Limp Bizkit em São Paulo


Créditos: Taiz Dering

Pontualmente às 22h as luzes da Via Funchal se apagaram por completo e surgiu no palco o guitarrista Wes Borland, com o corpo totalmente pintado em preto e branco, esquentando a plateia, formada por engravatados certinhos, skatistas tatuados e até mesmo, crianças. Sim, crianças em torno de 10 anos, que provavelmente nasceram no auge do Limp Bizkit, por volta do ano 2000.

Fred Durst, Sam Rivers, John Otto e DJ Lethal se juntam a Wes e começam as quase duas horas de um show que chega ao Brasil com pelo menos 10 anos de atraso, mas faz valer a espera.

Eles começam com Why Try, emendam Hot Dog e em menos de dez minutos todos os quase 6 mil presentes já iniciam a volta ao passado: estamos todos de volta ao fim dos anos noventa e início de 2000 ao som de Nu-Metal. A cada bloco de duas ou três músicas, pausa para fôlego da banda e do público, que pula como se todos tivessem 16 anos novamente. Logo depois de tocar My Generation, Fred Durst sobe na grade e vai cumprimentar os presentes. A cena se repete diversas vezes ao logo da noite, com o vocalista indo parar no meio da pista vip.

Visivelmente feliz, Durst diz não entender por quê demoraram tantos anos para vir até o Brasil. “Sempre ouvia dizer que deveria vir até aqui, agora eu entendo o porquê. Vocês são os melhores. Fucking crazy”, grita. Em dado momento, ainda puxa um rapaz da plateia, joga cerveja para o público e ainda dá um banho de água gelada nos que estão à frente do palco.

Depois de tocar o primeiro sucesso da banda, Nookie, o Limp Bizkit encerra o show. Mas as luzes não acendem e o som ambiente é a trilha de Os Caça-Fantasmas. Assim que a música acaba, Fred volta ao palco acompanhado do DJ Lethal e toca o cover do The Who, Behind Blue Eyes, na sequência ainda viriam Take a Look Around (e o pedido para que todos se abaixassem e pulassem assim que a música voltasse da pausa, pedido mais do que atendido, claro), a versão de Faith, de George Michael (com participação das “Brasilian Ladies” no palco) e Rollin’ (Air Raid Vehicle), que encerrou o show às 23h50.

De alma lavada, camisas completamente molhadas e sorriso estampado no rosto, os agora trintões que foram assistir os quarentões do Limp Bizkit saíram satisfeitos e com a promessa de uma segunda (e quem sabe terceira e quarta) dose em muito breve. “Obrigado por esta noite. Meu coração é de vocês, nos vemos em muito, muito breve, eu prometo”, se despediu Durst. Pela empolgação dele durante o show, certamente a promessa será cumprida.

A turnê sul-americana do Limp Bizkit já passou por Santiago (21/07) e Rio de Janeiro (23/07) e ainda segue por Asuncion (29/07), Buenos Aires (01/08), Lima (03/08), Panamá (06/08) e San José (09/08).


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