Depois de uma reunião que teve um pouco mais de um ano de duração – e trouxe Zélia Duncan nos vocais que um dia foram de Rita Lee – os Mutantes pararam de novo, em 2007, mas agora, no ano em que completam 40 anos de banda, já preparam uma volta.

No dia 22 de abril, o grupo lança uma música inédita e se apresenta em uma festa fechada no salão dos Arcos, no subsolo do Teatro Municipal em São Paulo. Entre clássicos, a banda vai tocar a inédita Mutantes Depois, que segundo Dias “é sobre vocês, o nosso público os reais mutantes de cuja energia somos feitos, como uma pessoa só”.

“Tenho trabalhado há dois anos em compor junto com nossa maravilhosa banda e com Dinho este novo trabalho, e agora posso afirmar com a maior felicidade do mundo: sim estamos muito vivos e viemos para ficar”, declarou Dias em um comunicado divulgado no dia 3 de abril. Segundo o texto, Arnaldo Batista, irmão de Sérgio, e Zélia, não estão participando das gravações por não terem concordado em gravar músicas novas.

Sem os dois, Sérgio tocará acompanhado de Dinho Leme (bateria), Henrique Peters (teclados, flauta doce e vocais), Vitor Trida (teclados, flautas, viola, cello e vocal), Vinícius Junqueira (baixo), Fábio Recco e Bia Mendes (vocais).

Quanto aos 40 anos do primeiro disco dos Mutantes, que leva o nome do grupo, ainda não há informação sobre uma nova edição do álbum que traz sucessos como Panis at Circense, Baby, Trem Fantasma.

John Ulhoa, guitarrista e compositor do Pato Fu, banda que no início foi muito comparada aos Mutantes, diz que o disco foi um dos mais importantes já feitos no Brasil. Além de fã, John produziu o último disco de inéditas de Arnaldo Batista, Let It Bed, de 2004.

“Ouvi esse disco muito tempo depois de lançado, em fitas k7 gravadas pelo meu irmão mais velho. Na mesma época ouvi outros discos dos Mutantes e não fiquei com uma impressão especial deste disco (Os Mutantes), mas sim da descoberta de uma banda incrível”, diz John.

Quarenta anos depois, assim como a banda, o disco é tido como um dos mais criativos do rock nacional, inovador e ousado, que envelhece mas não perde seu lugar na música. “É claro que ele envelhece, todo disco envelhece, mas poucos se tornam uma referência forte. Acho que ele é um marco, um disco em que se fez ‘um monte’ de coisas pela primeira vez no Brasil”.

Das faixas do disco, John tem sua preferida. “Baby. Gosto da composição, da levada lenta, da frase ‘leia na minha camisa’, isso é uma declaração de cultura pop feita de maneira muito inteligente.


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Mutantes comemora 40 anos lançando música inédita