Um verdadeiro show de rock precisa de elementos simples: baterista, baixista, guitarrista e um vocalista que cante, provoque a platéia, tenha atitude e um até certo charme. No Eagles of Death Metal, este cidadão leva o nome de Jesse Hughes.

No show de estréia do grupo em solo brasileiro, dentro do Motomix, nesta quarta-feira, Hughes fez de tudo. E chegou com o discurso na ponta da língua. “Nós estamos nos divertindo muito aqui em São Paulo e vamos fazer o melhor show das nossas vidas”, disse antes de tocar a primeira música. Depois disso, ele não precisou de muito para conquistar a platéia.

O grupo californiano tem também Dave Catching (guitarra), que não escapou e foi chamado o tempo todo de Zé Pedro, Brian O’Connor (baixo), que parecia estar pronto para despencar do palco a qualquer momento, e Gene Trautmann, que substitui Josh Homme, do Queens of the Stone Age, na bateria.

Elétrico, andando de um lado para o outro, sempre passando a mão no cabelo e no bigode, fazendo poses, trocando de roupa (foram três ao todo) e cantando as mulheres (segundo ele, São Paulo tem as mulheres mais bonitas do mundo), Hughes convocou o modesto público que foi até o Club Clash para uma celebração do rock. E sempre que pedia para ouvir um “Amem”, ouvia a resposta positiva do público.

A responsabilidade do Eagles era grande, já que neste ano o Motomix priorizou menos as bandas em relação à edição de 2006 dando mais espaço aos DJs. Logo, como atração mais esperada, a tarefa era protagonizar um show único. Mas, quando se tem um Jesse Hughes na banda, fica fácil.

A platéia ficou tão animada que pessoas passando por cima do público para chegar perto do palco foi cena freqüente, mas todos foram devolvidos aos seus respectivos lugares pelos seguranças (numa queda, um dos invasores acabou machucando o supercílio). Rodinhas mais exaltadas tumultuaram de leve a platéia, mas faz parte do show.

Covers, diversão e destruição

Problemas no áudio não atrapalharam a apresentação. Hughes se desculpou pela falha e, minutos depois, o problema estava resolvido.

Em pouco mais de uma hora a banda relembrou músicas antigas e também as mais recentes. As que mais empolgaram foram Bag O’Miracles, Cherry Cola, Chase the Devil, I want you so hard, Don’t Speak (I came to make a bang!), do primeiro disco Death by Sex, e outras mais novas, do último disco Peace, Love Death Metal, como English Girl e Only Want You, seguida por um coro fiel.

No bis, covers de Rolling Stones, com Brown Sugar, e Ramones e The Damned, em New Rose, numa seqüência de músicas dedicadas ao punk. Não é preciso muito pra saber que Hughes é influenciado por essa turma.

Para encerrar, destruição geral. Depois de quebrar a guitarra de Cathing ao meio, Hughes jogou os pedaços para a platéia, que queria qualquer coisa para lembrar do dia em que o Eagles of the Death Metal, ou melhor, Jesse Hughes passou por aqui. Alguém sentiu falta de Josh Homme? Nós imaginamos.

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Motomix: Eagles of Death Metal celebra o rock em SP