Omar Sosa em foto de David Sproule

Com nomes da envergadura de Archie Shepp & Ritual Trio, Buika, Dom Salvador, Omar Sosa, de 14 de agosto e 2 de setembro,o jazz ganha ainda mais visibilidade no estado de São Paulo com o Sesc Jazz, que apresenta ao público 22 atrações musicais nacionais e internacionais. Os ingressos começam a ser vendidos nesta quinta (26).

Ao longo de três semanas, as unidades Pompeia, Araraquara, Birigui, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Preto e Sorocaba recebem shows de artistas que apresentam um panorama da rica produção do universo jazzístico mundial, representado por nomes consagrados e outros em ascensão.

Os Centros de Música do Sesc, nas unidades Consolação eVila Mariana e o Centro de Pesquisa e Formação recebem atividades formativas com artistas e críticos musicais.

Danilo Santos de Miranda – diretor regional do Sesc São Paulo

Leia entrevista com Danilo Santos de Miranda – diretor regional do Sesc São Paulo

Qual é o maior desafio para fazer um festival tão grande?
Danilo Santos de Miranda – Um projeto como o Sesc Jazz é de uma complexidade de produção imensa e demanda uma série de providências das mais diversas áreas que fazem parte do quadro do Sesc SP. Uma realização deste porte conta com o trabalho intenso de uma série de profissionais, desde a curadoria e seleção dos artistas até o último minuto de cada apresentação, e representa uma série de grandes desafios em todas as etapas do projeto. No entanto, devendo selecionar apenas um, poderíamos dizer que a reunião em apenas três semanas desta quantidade significativa de artistas brasileiros e estrangeiros, todos eles com trabalhos relevantes num âmbito internacional e que representem um recorte amplo dos gêneros do jazz no mundo compõe uma das primeiras etapas e ainda um dos maiores desafios em todo o decorrer do projeto.

Muitos festivais de jazz que traziam nomes grandes do jazz não existem mais, concordam que ocupam esse espaço?
Danilo – Entendemos que um projeto como esse ocupa um espaço de destaque, observando o cuidado com a grade de programação, a possibilidade de acesso do público aos shows e toda a estrutura de acolhimento oferecida pela rede de unidades do Sesc e também pelo recorte que adotamos para a seleção de artistas de várias partes do mundo. Entendemos que o Sesc Jazz representa um fato novo neste seguimento, não ocupando este espaço com a mesma abordagem que outros grandes festivais, mantendo o cuidado de abrir espaço para propostas de artistas em vários níveis de conhecimento do público, uma política de ingressos de valores acessíveis e a difusão pelo interior do Estado. Contudo, acreditamos que um cenário positivo deva contar com uma série de iniciativas das mais diversas amplitudes, pois o cenário artístico possibilita múltiplas interações entre produtores e o campo artístico, podendo oferecer ao público experiências ricas e diferenciadas.

Por que o festival mudou de nome?
Danilo – Na verdade, o Sesc Jazz surge como um experiência nova da instituição, acolhendo dois festivais que contavam com diversas edições e boas experiências em um único projeto, mais amplo e com uma força de projeção ainda maior. Os festivais Sesc Jazz & Blues, realizado em algumas unidades do interior do Estado e o Jazz na Fábrica, no Sesc Pompeia, ambos realizados até 2017, representam marcos importantíssimos na história da Instituição em sua ação programática de música, com o reconhecimento do público e da crítica especializada e permitindo o acúmulo de uma rica experiência nesta área. Esta experiência adquirida permite à instituição propor a ampliação desta proposta por meio do Sesc Jazz, fazendo uso do potencial de rede das unidades participantes.

O conceito mudou?
Danilo – O conceito curatorial presente no Sesc Jazz traz o legado de toda experiência mencionada. Neste sentido, o Sesc Jazz tem como missão oferecer ao público uma programação em caráter panorâmico, acessível e em diálogo com os principais festivais internacionais do gênero. Com ele nós temos a intenção de difundir e valorizar o jazz e a música instrumental, possibilitar ao público o acesso à obra de artistas de relevância histórica para este universo e evidenciar nomes representativos das cenas atuais. Nesta edição teremos a participação de 22 artistas/grupos, sendo seis brasileiros e 16 internacionais (EUA, Azerbaijão, Canadá, Chile, Congo, Espanha, Inglaterra, Itália, Noruega e Portugal). No total serão realizados 68 shows distribuídos em oito unidades participantes.

Como veem o atual cenário do jazz e da música brasileira?
Danilo – Como instituição atuante no campo das artes, percebemos que a cena que representa o jazz no Brasil tem se fortalecido nos últimos anos, principalmente em SP, com o surgimento de diversas propostas que abordam este gênero. Dessa forma, observamos um crescimento significativo do público interessado e também de espaços para fruição, com o surgimento de casas de shows e projetos que dialogam com esta cena. Compreendemos esta dinâmica como um fato essencial para o fortalecimento do trabalho artístico e atuamos no sentido de compor esta rede de agentes que são essenciais para a consolidação de um cenário artístico musical rico e diverso.

Sesc Jazz


Créditos: Phoebe Landrum

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'Jazz tem se fortalecido no Brasil', diz Danilo Miranda

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