Take a look at my girlfriend, she is the only one I got, la la la la…. Se você já ouviu este refrão, certamente já se pegou cantando ele por aí. Mas, você sabe quem está pro trás do hit, Cupid’s Chokehold, que invadiu a parada da Billboard?

São os garotos do Gym Class Heroes, que aliás, de garotos não têm nada. Naturais de Nova York, o quarteto – Travis McCoy, Disashi Lumumba-Kasongo, Eric Roberts e Matt McGinley – é considerado revelação no cenário norte-americano misturando elementos do rock, pop e hip hop.

Com a música, que na verdade tem a base tirada de um outro hit do Supertramp (Breakfast in América), eles estouraram, mesmo já estando na estrada desde 1997.

Direto de sua casa em Nova York, o baterista Matt McGinley falou com o Virgula-Música por telefone sobre o disco, o estouro e mais. Confira!

Virgula – Por que vocês decidiram aproveitar a base da música do Supertramp? O que esta música tem de especial?
Matt – Somos fãs da banda e gostamos muito da música. Na verdade acho que ela é o tipo da música perfeita. Aí resolvemos dar uma nova cara, chamando o Patrick Stum, do Fall Out Boy, pra cantar. Deu certo.

Virgula – Vocês, diferentemente da maioria das bandas que fazem hip hop, preferem usar instrumentos ao invés de samplers e outros recursos tecnológicos. Por que isso?
Matt – Escolhermos tocar porque, afinal de contas, é o que as bandas fazem. (de repente um barulho de lata … Matt fica mudo e se desculpa: ”Estou tirando o lixo de casa”, diz rindo) Começamos a tocar com 16 e 17 anos, ou seja, a gente estava aprendendo a tocar e queríamos tocar. Com o tempo, fomos colocando elementos que tinham a cara da banda como um groove no som, junto com uma pegada mais jazz, funk, sem recorrer a máquinas…Acho que dessa forma o som soa natural. Mas não há nada de mal com elas (máquinas).

Virgula – Vocês chamaram a atenção de Pete Wentz, baixista do Fall Out Boy, e foram chamados para tocar com All American Rejects, Gwen Steffani e o próprio FOB. O que esses artistas viram em vocês?
Matt – Acho que o fato de fazermos um som diferente. Não só deles, mas das outras bandas do gênero. O bom dessas turnês é que conhecemos várias bandas, e dá pra trocar muita coisa. Por exemplo, eu gosto da energia que esses caras levam ao palco.

Virgula – Apesar de terem chegado no top 10 da Billboard agora, a banda já está na estrada há 10 anos. As Cruel as School Children é o terceiro disco de vocês. No que ele é melhor que os outros?
Matt – No nosso primeiro disco não trabalhamos muito na pré-produção e nem contamos com ajuda de outros produtores. Já este foi o primeiro feito num estúdio de verdade, com bons equipamentos e produtores nos ajudando. Quanto à qualidade, é um passo à frente. Cada disco é diferente. Não se faz o mesmo disco mais de uma vez. Com ele, conseguimos aparecer e hoje, no meio do rock, indie, pop, somos ouvidos por pessoas diferentes.

Virgula – O disco fala de algumas fases dos garotos, e as canções são divididas em períodos que lembrar as divisões escolares. Vocês passaram maus bocados na escola?
Matt – (Risos). Acho que toda a criança passa. É a fase onde a criança molda, se adapta aos outros e ao seu próprio jeito. É aí que você vai construir ou destruir seu caráter.

Virgula – Ter Nova York como cenário inspira?
Matt – Curioso…Moramos em Nova York, mas passamos pouco tempo em casa. No nosso primeiro disco, falamos de coisas que talvez quem more em cidades pequenas se relacionem mais. Como viajamos muito, acabamos tendo contato com outras rotinas, não ficamos presos à cidade.

Virgula – Li em uma entrevista que vocês já escreveram uma música sobre o Brasil sem nem mesmo ter visitado o país. É serio?
Matt – Queríamos muito tocar no Brasil, por isso fizemos a música. O pessoal do Fall Out Boy voltou com ótimas histórias dos shows que fizeram aí. A música – que se chama Obrigado – só não entrou neste disco porque já tínhamos fechado o ‘pacote’. Mas fica para um próximo.

Virgula – New Friends Request, outra faixa do disco, fala um pouco desse lance de revolução digital. Vocês são vidrados em internet, como lidam com isso?
Matt – Não somos presos ao mundo digital. Tivemos no My Space uma grande ferramenta pra divulgar a banda, antes de assinarmos com uma gravadora. Lá você assina, cria a sua conta, é seu próprio patrão. Mas o melhor é que as pessoas podem te conhecer.

Virgula – É quase uma constante no disco letras que em algum momento falam de mulheres um pouco descontroladas. Já deu pra conhecer muitas delas?
Matt – (Risos). Muuuitas. Na verdade, muitas pessoas loucas. Especialmente nas turnês, dá pra conhecer pessoas bem diferentes. Mas nós também não somos muito normais.


int(1)

Gym Class Heroes: 'No meio do rock e do pop, hoje somos ouvidos'