Tudo que é novidade no meio digital passa a ser uma nova aposta para o visionário ministro da Cultura e um dos maiores músicos brasileiros, Gilberto Gil.
Começando pela coletiva de imprensa de divulgação de seu novo disco, Banda Larga Cordel, que aconteceu via internet, nesta quarta, 14, Gil continua atacando pelos meios que o acompanham desde Banda Larga, o antecessor de seu último trabalho: telefonia móvel, fixa, internet, cabos, TV digital, torpedos, ringtones, truetones, downloads, etc. Para ele, “temos que conhecer os novos meios e saber todas as possibilidades de cada um”.
E para definir sua música e explorar o mundo digital, uma das palavras mais usadas por Gil é “fragmentar”. Como músico, ele nunca se restringiu apenas ao meio que mais sabe ousar, mas sempre procurou ser um espelho da sociedade, por isso insiste em dizer que seu trabalho está fragmentado.
A própria promoção deste trabalho será fragmentada, pois estará disponível na web, nos shows, onde os fãs são convidados para gravar, fotografar e distribuir como bem entenderem o conteúdo. Se Gil teme essa realidade?
“Há toda uma visão romântica ainda sobre a autoria de uma obra. Em Banda Larga Cordel, abri mão de querer sequenciar as faixas. Com toda essa referência de fragmentação, criação coletiva, eu não podia fazer diferente”, explica o músico.
Gil afirma que a única coisa que está amarrada neste disco é o nome: Banda Larga + Cordel: “Um alargamento em todos os sentidos de bandas misturado com a poesia torta de cordel”.
Grandes ‘majors’
Com toda essa expansão de sua obra, até parece que Gilberto Gil não tem por trás de seu trabalho uma grande ‘major’, a Warner.
A longa carreira do cantor e suas mais de trinta obras hoje garantem a ele a credibilidade e liberdade suficiente para escolher como quer fazer sua música sem ferir os interesses comerciais da gravadora e sem escapar do avanço tecnológico.
“A idéia da Warner é termos o ‘Recanto para as Recombinações Criativas’. Vamos disponibilizar vozes, faixas alternativas. A nossa intenção é disponibilizar todo meu acervo, que chega a trinta obras para o fã utilizar da maneira que quiser”, comenta Gil sobre parte de seus projetos com sua ‘major’.
O músico-ministro não deixa de citar as bandas pequenas, que deixam cada vez mais esse mundo dos grandes interesses fonográficos para serem empreendedores, produzindo seus prórprios discos e vendendo em seus shows, sem a intenção de ficarem ricos.
“O sonho de ser milionário vem sendo abandonada cada vez mais. Todos querem viver e sobreviver, levar o filho na escola, vestir bem. A arte e a criatividade passam a ser formadas por isso também”, conclui Gil.
A turnê do novo trabalho começa no dia 8 de junho, em Serpa (Portugal), e vai até o dia 13 de julho, quando Gil faz show em Pardova, na Itália. Brasil, pelo visto, só depois.
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