Fã do Cure Osney Moura


Créditos: Reprodução/Arquivo Pessoal

Na pele, The Cure, na mente, mais ainda. Osney Moura tem uma tatuagem com referências às capas dos discos preferidos da banda inglesa. E o fanatismo dele vai tão longe que em 1996, quando a banda esteve no Brasil, ele não teve dúvidas em pegar e guardar como troféu um papelzinho de chiclete dispensado pelo líder do grupo, Robert Smith.

“De repente, a porta automática se abre, e eis que surge, ele. Cabelos desgrenhados, batom, lápis nos olhos. Igualzinho nas fotos dos encartes dos discos. E alguém gritou, É ele… Coração acelerou, vista embaçou e tremedeira para variar”, lembra o momomento em que encontrou seu ídolo em entrevista ao Virgula Música. 

Osney também conta o episódio que resultou em seu souvenir “cureano”. “Quando ele estava saindo pela porta automática, tirou do bolso um chiclete para mascar e jogou o papelzinho numa lixeira ali do lado na porta. Claro, eu avancei na lixeira e peguei a tal embalagem e guardo até hoje com muito carinho”, recorda.

O ícone dark se apresenta dia 4 de abril no Rio de Janeiro (HSBC Arena) e no dia 6 de abril em São Paulo (estádio do Morumbi). Para o jornalista, profissão que descobriu ser sua vocação ao editar um fanzine do Cure, os dias nunca passaram tão devagar. Osney, claro, planeja acampar de novo na porta do hotel da banda. Ele também organizará, pela sua rede TheCure.Br, uma festa pós-show.


Que fatores fazem com que The Cure permaneça atual?

Atividade. A banda sempre se renova a cada álbum, resistiu ao tempo e às várias modalidades musicais até os dias de hoje. O The Cure foi e é uma banda inspiradora para outras bandas.

Qual foi a maior loucura que já viu um fã da banda fazer. Conhece alguém, por exemplo, que colocou o nome do filho de Robert Smith?

Eu fiz uma tatoo reunindo elementos de capas de alguns discos que mais gosto. Nos anos 80, canheci alguém que trocou o nome por Robert Smith. Mas, perdi o contato com ele há vários anos.

Além do som, como que a banda influenciou sua vida no dia a dia?

Em 1992 iniciei meus projetos “cureanos” editando um fanzine a respeito da banda. Foram editado 19 números desse fanzine entre 1992 a 1998. Por isso, o interesse em jornalismo, profissão que exerço hoje.

A partir de 2003 iniciei outro projeto, a rede brasileira TheCure.Br . Hoje a rede conta com mais de 30 mil seguidores no Orkut, 1.300 no Facebook e Twitter. A rede consome cerca 30% do meu dia com atualizações de infos, respostas aos seguidores etc.

A rivalidade com Smiths é compartilhada pelos fãs em geral, ou há casos de gente que gosta das duas bandas? 

A rivalidade só existe porque Morrissey vivia pisoteando o Robert Smith e vice-versa nos anos 80. Dizem que tudo começou quando Robert Smith comentou numa entrevista  nos anos 80 que quando escutava Meat is Murder ficava com vontade de ir a uma churrascaria! E isso resultou a ira de Morissey. Mas, isso são águas passadas e eles já se encontram por diversas vezes e mantiveram conversa civilizada.

Não, nem todos os fãs do Cure odeiam as fãs de Morrissey, ou mesmo a música dele, eu mesmo adorava Smiths e adoro o carreira solo de Morrissey. Mas é engraçado. Essa rivalidade ainda existe mesmo entre fãs, no últmo show do Morissey em São Paulo vi um cara na porta do show com uma camiseta do Cure simulando a venda de churrasquinho de gato. O coitado quase foi linchado pelos fãs de Morissey.

O que faz o fã-clube?  Vocês se encontram pra ir a shows cover? Ouvir músicas? 

Um fã-clube cataloga fãs, edita fanzines para os membros com informações recentes sobre a banda, reúne membros em festas e eventos.

Algum de vocês já conheceu o Robert Smith? Como foi?

Sim. Conheci Robert em 1996 quando eles se apresentaram em São Paulo no extinto Hollywood Rock. Fiquei dois dias acampado na porta do hotel Maksoud Plaza, onde a banda estava hospedada.

Lá, vi a entrada e saída da banda por diversas vezes. Foi emocionante. No primeiro dia, na porta do hotel, a produção avisou: “Robert vai sair para autógrafos”. A correria foi total. De repente, a porta automática se abre, e eis que surge, ele. Cabelos desgrenhados, batom, lápis nos olhos. Igualzinho nas fotos dos encartes dos discos. E alguém gritou, É ele… Coração acelerou, vista embaçou e tremedeira para variar.

Ele atendeu a todos com fotos e autógrafos. Ah, nota, quando ele estava saindo pela porta automática, tirou do bolso um chiclete para mascar e jogou  o “papelzinho” numa lixeira ali do lado na porta. Claro, eu avancei na lixeira e peguei a tal embalagem e guardo até hoje com muito carinho.

O que perguntaria para ele se pudesse encontrá-lo novamente?

Eu vou encontar com Robert, farei plantão na porta do hotel novamente. E espero ser credenciado para a coletiva. Se eu tiver a oportunidade, farei somente duas perguntas: Se sua esposa, Mary, o acompanha durante a LatAm2013 Tour, ele deve ficar irritado, pois não gosta de perguntas sobre sua esposa. Se a banda prepara disco novo para 2013. Ouvi rumores que a banda estaria em estúdio gravando músicas novas.

Quando você encontrou com Robert Smith conseguiu falar algo com ele ou travou completamente?

Sim, na época eu travei, mas, consegui falar “Robert, please”, e ele autografou pra mim, que aliás, tatuei no braço.

Quais são suas três músicas preferidas da banda?

Difícil, mas vamos lá: A Strange Day, Maybe Someday, Friday I´m In Love.

Veja o clipe de Friday I´m In Love do Cure



 


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Fã do Cure guarda papel de chiclete jogado por Robert Smith em lixeira