(Foto: Doron Gild) Erasure

“A música dos anos oitenta tinha alma e ritmo. Não era só música, era sentimentos também e envolvia as pessoas. Por isso continua sendo lembrada e celebrada até hoje”, fala Andy Bell, vocalista do Erasure em exclusiva ao Virgula. “Mas as coisas mudaram, o jeito de ouvir música é outro. Antes da internet as pessoas se conectavam mais com a música. Elas tinham mais tempo para se dedicar a um single ou a um álbum inteiro. O artista conseguia atrair toda a atenção das pessoas com o trabalho e assim elas se apegavam mais. Música se ouvia no vinil e não no celular”, diz. 

O duo britânico, um dos maiores destaques do pop dançante oitentista e que seguiu relevante e presente nas paradas de sucesso durante as décadas seguintes, aterrissa nesta semana no Brasil para três shows: quinta, 10, no Teatro Positivo em Curitiba, sexta, 11, no Espaço das Américas em São Paulo e domingo, 12, no Vivo Rio, no Rio de Janeiro.

“Sempre tivemos grandes experiências quando fomos ao Brasil, tanto em shows como em programas de TV, ou mesmo passeando pelas ruas”, relembra Andy por telefone, com aquele sotaque inglês inconfundível. “Os fãs brasileiros sempre foram muito carinhosos conosco. Eles sabem como curtir de verdade a música. É um povo apaixonante e me sinto muito sortudo em poder voltar sempre ao país”.

O Erasure vem com turnê World Be Gone Tour, que enfatiza o álbum World Be Gone, de 2017, o mais bem sucedido deles depois de I Say, I Say, I Say, de 1994. Porém, segundo o cantor, os shows em solo brasileiro não serão baseados apenas no disco novo: “Vamos tocar músicas de ‘World Be Gone’, claro, mas estamos preparando um set especial que incluem nossos grandes hits. Temos tocado ‘Love To Hate You’, ‘Chains of Love’, ‘Victim of Love’, ‘Sometimes’ e outras que não podem ficar de fora”.

Saudade do passado

Embora o Erasure esteja vivendo em um bom momento, Andy conta que sente saudade da paixão e do frescor de alguns artistas dos anos oitenta, coisas que fazem falta atualmente: “Na época, entre o fim dos setenta e início dos oitenta, tínhamos grandes bandas como o Talking Heads e Siouxsie & The Banshees, por exemplo, que estavam começando e inspiraram a nossa geração. Hoje não vejo isso acontecer” .

Ainda no assunto, Andy comenta sobre bandas novas que criam uma sonoridade similar a do passado, especificamente a dos anos oitenta. “Confesso que muitas dessas bandas que querem soar como as antigas não me descem bem pois não soa verdadeiro (na pergunta foi citado os grupos Editors, She Wants Revenge e White Lies). Ainda mais que a tecnologia de hoje é incrível, bem diferente da que usávamos para fazer músicas. Mas gosto muito de The Killers e Interpol, eles fazem um ótimo trabalho”.

SERVIÇO:

Erasure em Curitiba

Data: 10 de maio
Local: Teatro Positivo (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido)
Horário: 21h15
Ingressos: www.diskingressos.com.br/event/erasure

Erasure em São Paulo

Data: 11 de maio
Local: Espaço das Américas (R. Tagipuru, 795 – Barra Funda)
Horário: 22h30
Ingressos: www.livepass.com.br/event/erasure

Erasure no Rio de Janeiro

Data: 12 de maio
Local: Vivo Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85 – Flamengo)
Horário: 0h
Ingressos: www.livepass.com.br/event/erasure

Shows mais esperados de 2018

28 de novembro em São Paulo, 30 em Uberlândia e 2 de dezembro em Curitiba
Créditos: Divulgação

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Erasure: 'Antes da internet as pessoas se conectavam mais com a música'

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