Veja os selecionados do projeto

Quinze artistas, 8 festivais e 7 coletivos serão patrocinados pela plataforma Natura Musical em 2023. Ao todo, são 30 projetos que compõem um panorama diverso de gêneros musicais e linguagens em trabalhos individuais e coletivos. Os selecionados formam um conjunto de iniciativas que reúnem artistas em diversos estágios de carreira, mas que, em comum, têm o compromisso de contribuir para uma cena musical pulsante, visibilizar narrativas e construir novos imaginários.

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“Para nós, o edital é um momento importante do ano para nos conectarmos com diferentes perspectivas e experiências, além de renovar nosso olhar sobre a cena musical. Nosso desafio ao fomentar a música é alimentar uma rede que está criando novos imaginários, novas referências, novas linguagens, a partir de uma arte que aproxima as pessoas e cria conexões a partir das emoções. Essa é uma ferramenta potente para uma marca que tem a ambição de promover transformações individuais e coletivas e deixar um impacto positivo no mundo”, explica Fernanda Paiva, head de cultural branding.

Os 30 projetos foram selecionados entre 2500 inscritos por meio da curadoria de 21 profissionais do mercado da economia criativa. São artistas, jornalistas, produtores, ativistas, empreendedores culturais, representantes de festivais e outros players do mercado. Os projetos passam por múltiplas rodadas de avaliações individuais e coletivas, até a recomendação final do grupo de curadores.

Participam do grupo de curadores: B.art (RS), artista e produtora; Billy Saga (SP), rapper e especialista em diversidade e inclusão; Carol Tucuju (AP), antropóloga e DJ;  Chico Correa (BA/PB), produtor musical; DJ Donna (DF), DJ e produtora; Eric Terena (MS), DJ e ativista; Fatini Forbeck (MG), pesquisadora, comunicadora, articuladora e produtora cultural; Gean Ramos Pankararu (PE), artivista indígena e articulador cultural; Keké Bandeira (PA), poeta, produtora audiovisual e ativista PCD; Laura Damasceno (MG), jornalista e curadora; Marcelo Castello Branco (RJ), executivo do mercado musical e do Grammy Latino; Monique Lemos (BA/SP), antropóloga, pesquisadora e empresária; Naila Agostinho (RJ), especialista de estratégias digitais Sony Music; Navalha Carrera (RJ),  produtora musical e guitarrista; Raquel Virgínia (SP), artista e empresária; Rico Dalasam (SP), rapper; Titi Piccoli (RS), produtor cultural; Ubunto (BA), produtor musical; Victor Xamã (AM), artista, Zeca Camargo (SP), jornalista e apresentador e Zek Picoteiro (PA), produtor cultural e DJ.

Com a turnê Abya Yala em Trânsito, Brisa Flow leva as rimas de Janequeo, terceiro álbum de sua carreira, para uma excursão com shows marcados por encontros com nomes como Kantupac e Mare Advertencia Lirika. De São Paulo, a rapper Stefanie lança BUMNI, primeiro disco de estúdio em 18 anos de carreira. No Rio Grande do Sul, o Festival OBronx, de Porto Alegre, e o Gfilms Rap Festival, de Pelotas, fomentam a cultura preta periférica com shows, batalha de MCs, workshops de produção musical, aulas de dança e oficinas de grafite e stencil.

Entre nomes que estão projetando e consolidando suas carreiras, o destaque fica por conta de três jovens artistas representantes da efervescente cena R&B brasileira. Dona de uma voz potente e marcante, a baiana Melly lança seu primeiro álbum de estúdio, sucessor do elogiado EP Azul (2021), com participações de Luedji Luna e Lazzo Matumbi; cria da periferia de Belo Horizonte, a multiartista Paige trabalha em um disco inédito que conta com parcerias de Tasha & Tracie e Urias; com raízes e frutos em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, Sued Nunes tem no tambor e na religiosidade um guia para sua música, que ganha registro em seu segundo trabalho autoral inédito.

A potência da música negra produzida por mulheres também vem representada por Natania Borges, artista baseada em Uberlândia, que pauta seu trabalho nas vivências de corpos marginalizados ao unir música, audiovisual e performance; enquanto o grupo gaúcho Ialodê celebra a trajetória das artistas negras Nina Fola, Glau Barros, Marietti Fialho e Loma, em turnê pelo interior do estado. Em Salvador, a 1ª edição do Festival

De Porto Alegre, o duo 50 Tons de Preta apresenta o disco Tira o teu Racismo do Caminho, que trata de temas como a igualdade de gênero e racial; enquanto a orquestra baiana DecoloniSate, formada por percussionistas negras, convida mulheres indígenas da América Latina para a gravação de um disco com intercâmbio entre artistas do Brasil, do Chile e do Peru.

Em sua 16ª edição, o Festival Latinidades, que acontece no Distrito Federal, privilegia a produção musical de mulheres negras, com três dias de apresentações musicais, conferência e programa de formação; a vida da rainha angolana N’zinga Mbandi é contada a partir do ponto de vista dos sobreviventes da diáspora africana em uma obra musical e cinematográfica produzida capitaneada pelo rapper Samora N’zinga.

Dois nomes consagrados foram reverenciados pela curadoria e lançarão novos projetos: Luiza Hellena, cantora negra gaúcha com mais de 50 anos de carreira, se reúne com a escola de samba Velha Guarda da Praiana para gravação de um disco inédito; o mestre e músico Gabi Guedes, referência na música percussiva baiana, lança o álbum Matriarcas em parceria com o grupo Pradarrum.

A celebração da música de tambor também é destaque no Quilombo Groove, mostra de música que acontece no Quilombo do Curiaú, em Macapá, com vivências e oficinas sobre as Preces, Louvores e Batuques, música popular, tradicional e identitária local. Representante do jazz afro-mineiro, Jack Will leva para a estrada a turnê do álbum Black Buddah, no qual encontra sua ancestralidade através do ritmo gerado pelas batidas de seus tambores.

A descentralização da música eletrônica periférica é a tônica do grupo mineiro ruadois, formado por pessoas negras, periféricas e LGBTQIAP+, que lança um registro pautado em vertentes como o garage e o drum’n’bass; o primeiro disco de estúdio da DJ, artista, musicista multi-instrumental e produtora paulistana, Malka Julieta, batizado como Chão, passeia pelo pop, jazz brasileiro e o house de pista.

Iniciativas voltadas para a equidade e inclusão também ganharam espaço entre os contemplados. O Festival da Diversidade: Paulilo Paredão, focado no acesso à cultura e na visibilidade para artistas LGBTQIA+ periféricos através do pagodão, realiza cinco edições em bairros de Salvador e em cidades do Recôncavo Baiano. Em Belo Horizonte, o Festival de Música Doida promove uma cartografia de coletivos e compositores com sofrimento mental para participação em uma mostra inédita.

Com o objetivo de fomentar cenas e redes, o Circuito Manacaos impulsiona o trabalho de cinco artistas emergentes da cena manauara de diferentes vertentes sonoras: Luli Braga, D’água Negra, Kurt Sutil, Jambu e Guillerrrmo; enquanto o Festival Pá na Pedra, de Ribeirão das Neves, realiza sua 10ª edição com uma programação que reúne shows, networking de artistas, produtores e gestores culturais da região. Em Belém do Pará, o Festival Apoena chega à terceira edição focado na expansão da música paraense, além de realizar oficinas de produção cultural gratuitas para a comunidade periférica de Fátima/Matinha.

O resgate e o registro da música índígena do povo Kariri-Xocó, de Alagoas, será realizado por meio do disco Cantos Sagrados Kariri-Xocó, que mostra a sonoridade e a força do ritmo da comunidade. Paula Posada, produtora e DJ indígena, lança o álbum Flecha Envenenada, inspirado na produção de povos originários da região amazônica e caribenha.

Jovens artistas mostram o frescor da cena pop tropical da região Amazônica: AQNO, artista e produtor musical que vive com HIV há 7 anos, é reconhecido por uma sonoridade dançante que passa pelo brega paraense e pelo pop eletrônico contagiado por ritmos latinos. O marabaense trabalha no sucessor do Retorno de Saturno (2021), disco em que promete reunir colaborações com produtores, artistas, diretores, músicos e profissionais que também são PVHIV.

Multiartista queer em ascensão na cena pop amazônida, o santareno RAWI apresenta seu segundo disco, no qual busca uma sonoridade experimental, utilizando os instrumentos e o ritmo do carimbó como base, passando pelo pop tropical e muitas referências musicais do rock ao eletrônico. Também de Marabá, o projeto coletivo Caquiado visa gravar um álbum-coletânea com 10 artistas paraenses em ascensão composto por músicas autorais inéditas.

O anúncio do resultado do edital, marca os 17 anos da plataforma Natura Musical. Ao longo do ano todo, serão mais de 90 projetos ativos circulando em todas as regiões do país. Isso representa um grande potencial de novos álbuns (em geral, com o lançamento de em torno de 30 por ano) e outros produtos culturais (como livros e conteúdo audiovisual) e mais de 200 eventos, entre shows, festivais, mostras e atividades formativas.

Em São Paulo, temos a Casa Natura Musical, o espaço físico da plataforma, com uma programação anual que inclui toda essa cena contemplada, que é palco de diferentes ritmos, movimentos e artistas de todo Brasil, um equipamento cultural que promove reflexões com o público em busca de um mundo mais plural, inclusivo e sustentável, seja através de shows, eventos especiais, mostras de arte digital ou conteúdos nos seus canais de comunicação.

Ao mesmo tempo que consolida o nosso compromisso de fomento à música no Brasil, Natura Musical também começa a experimentar novas experiências musicais na América Latina. A Natura também estará pela segunda vez no Lollapalooza do Chile e da Argentina, por acreditar que os encontros que a música é capaz de promover têm uma potência de conexão, impacto e relevância cultural que transcende fronteiras.

 


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Edital Natura Musical divulga os 30 projetos contemplados em 2023

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