Imagine largar toda sua vida para seguir um homem que se diz a reencarnação de Jesus Cristo? Parece surreal? Imagine então ter a brilhante idéia de criar versões místicas para hits da música pop, como Umbrella, da cantora Rihana, com as pregações do novo emissário do Pai? Pois bem, é exatamente a isso que fizeram a curitibana Alibera e a paulista Asuzana.

Discípulas de INRI Cristo – figura no mínimo estranha que começou a aparecer na mídia em meados dos anos 90 e virou piada em programas como Pânico na TV, Jô Soares, Programa do Ratinho, entre outros – Alibera e Asuzana são as responsáveis pela assessoria pessoal do líder religioso e por seu departamento de Relações Públicas. Sem formação acadêmica, as duas mandam bem, basta dizer que associaram a imagem de INRI à internet, download gratuito e Youtube.

Fofas, divertidas e aparentemente sem grilos em relação ao caminho que resolveram trilhar, Alibera e Asuzana – que estão concorrendo ao VMB 2008, na categoria Web Hit, com o vídeo de Umbrella – bateram um papo com o Vírgula sobre as versões que fazem todo mundo se matar rir, sobre a vida como discípulas e também alguma futilidades, como creminhos caseiros e vaidade feminina.

Como conheceram INRI Cristo?
Asuzana – O conheci há 16 anos, por meio de um livro do jornalista Paulo Cruz. No início achei que o INRI era um louco, mas fiquei intrigada e resolvi ir até sua presença. Foi aí que ele me conquistou, preenchendo todos os espaços vagos em meu cérebro com respostas para todas as dúvidas. Nunca aceitei dogmas e fui conquistada pelo Soux (entidade criada pelo INRI) exatamente por me trazer explicações lógicas e racionais.

Alíbera – Vi o INRI pela primeira vez na TV, há 15 anos. Ele estava debatendo com um pastor e dizendo que era reencarnação de Cristo. Sou muito conservadora, achei um absurdo. Um vizinho meu o conhecia e depois de um ano que o vi na TV, esse vizinho morreu. Fiquei com aquilo na cabeça e resolvi ir até ele. A primeira vez que estivemos juntos foi especial, tudo na minha vida mudou para melhor.

E como surgiu a idéia das versões míticas?
Alíbera – O primeiro vídeo da Soux foi idéia da Asuzana, que gosta muito do Youtube e pensou que seria legal colocar o INRI ali. Já as versões apareceram porque a gente adora cantar pro nosso mestre e de brincadeira, fizemos a primeira versão, Plágio Divino. Era inspirada na Banda, do Chico Buarque. Somos muito tímidas, mas começamos a pensar que seria egoísmo não transferir para o público o que estávamos fazendo. Foi então que a Alarissa, discípula que tem apenas 20 anos e ama música pop, sugeriu uma versão mística para Umbrella, da Rihana. Escrevemos a letra e fomos gravar, com o guarda-chuva em mãos. Somos muito amadoras e adoramos saber que as pessoas dão risada. O mundo já está tão cheio de desgraça que fazer rir é um privilégio e uma missão.

Veja a versão mística de Umbrella

Vocês são cantoras?
Alíbera – Não. Eu sou Relações Públicas do INRI e a Asuzana é sua assistente pessoal. A Asuzana é esteticista também.

Isso quer dizer que são vaidosas?
Alibera – Claro que somos! Você acha que Deus gosta de mulher feia? Aliás, não existe mulher feia, existem as mal-cuidadas. A Asuzana está sempre indicando um creminho caseiro pro rosto, pros cabelos, estamos sempre nos cuidando. Vaidade não é pecado.

Vocês ganham dinheiro com as versões?
Asuzana – Não, não temos a menor intenção de ganhar dinheiro. Disponibilizamos os arquivos em MP3, para que as pessoas possam baixar gratuitamente.

Já têm novas versões para lançar?
Alíbera – Pretendemos fazer mais quatro no próximo mês. A próxima não é uma versão, mas sim uma interpretação de La Violetera, da cantora espanhola Sarita Montiel e que o INRI adora. Vamos fazer também uma do Bon Jovi e uma que não podemos falar de jeito nenhum de quem é. Será uma versão de um cantor que toca muito na Jovem Pan e faremos pra ela uma mensagem relacionada à infância, algo que sempre quisemos falar e não conseguíamos, até aparecer essa canção.

Versão Mística de Eye of the Tiger

Como é o dia-a-dia de uma discípula?
Alíbera – Nossa vida é muito intensa. Atualmente INRI tem 12 discípulas e 4 discípulos. Quando nos tornamos discípulas, o INRI nos dá um novo nome, de acordo com o que ele sente em cada pessoa. Me tornei Alíbera porque sou um espírito livre e INRI enxergou isso em mim, disse que eu conquistei minha liberdade.

Asuzana – Me tornei Asuzana porque quando conheci o INRI ele viu em mim muita pureza. Até nos documentos já mudamos de nome. Nossa rotina é muito boa e não paramos um minuto. Quando nos juntamos ao INRI escolhemos viver numa outra realidade, tudo é diferente da vida que tínhamos antes.


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Discípulas de INRI Cristo: O Pop Não Poupa Ninguém