Formado por três recifenses, um paulistano e um californiano, o Patuá Tronxo possui um trabalho gravado, que contou com a participação de Sérgio Carvalho e Sizão Machado e faz “remanufaturas” de músicas já conhecidas pelo público.

Com apenas três anos de estrada, o grupo já está no meio de nomes consagrados da música como Chico César e Seu Jorge. Além disso, um dos integrantes, o Jota Erre, é o atual percussionista do Jair de Oliveira, músico que, por sinal, foi quem indicou o Patuá Tronxo para o Virgula-Música como uma banda promissora.

Sem perder tempo, fomos atrás do Jota Erre e batemos um papo com ele para sabermos mais sobre o Patuá. Confira o Raio-X que fizemos do grupo.

Integrantes

A banda é formada por Jessé Santos (Violão/Vocais), Jota Erre (Percussão/Vocais) e Junior Gaz (Guitarras), de Recife; Tuto Ferraz (bateria/programações), de São Paulo; e Ricky Sybrandy (baixo), de San Diego.

Paralelamente ao Patuá Tronxo, Tuto Ferraz, Jota Erre, Jessé Santos e Ricky Sybrandy encaram o Xubacca, banda que faz releituras de artistas como Tim Maia, Jorge Benjor, Cazuza e Titãs. Também integram o grupo Xuxa Levy (teclado) e André Caccia (guitarra).

Início

A banda existe desde 2004, mas o contato de Jota, Jessé e Junior com a música é anterior a esse marco: o trio já tocava em sua cidade natal. Em meados de 2003, os três amigos, até então residentes em Recife, resolveram se mudar para São Paulo, esperando encontrar um ambiente propício a desenvolver a carreira musical, devido à facilidade de conseguir lugar para tocar e a gama de pessoas ligadas à música. Até aqui, nada de muito excepcional. O interessante da história vem a seguir.

Havia um conhecido do trio, que havia morado na capital paulista por um tempo e se prontificou a procurar uma casa em um lugar bacana para eles alugarem quando viessem para cá. Fecharam o valor em x reais, compraram as passagens de avião e foram com a cara e a coragem. Quando chegaram, perceberam que o lugar “bacana” era no meio de um vale em uma favela, onde ficaram por uns dois ou três meses. “Foi quando encontrei um amigo de Recife do meu pai, que arrumou um outro lugar para ficarmos, um teatro abandonado em Guarulhos, que já tinha sido um hospital para leprosos do Padre Bento. O lugar ficava em um bairro calmo chamado Jardim da Tranqüilidade, não tínhamos vizinhos, então tocávamos o dia inteiro”, conta Jota Erre.

Após os sucessivos ensaios no teatro, onde permaneceram durante um tempo, os três perceberam que dali poderia nascer um projeto concreto. Assim surgiu o Patuá como trio, que começou tocando no shopping de Guarulhos e em barezinhos.

Em certa terça-feira, mais uma no baile do “Na Mata Café” [casa de shows e restaurante], Jota, Jessé e Junior conhecem Tuto Ferraz. “Nessa mesma noite o Tuto nos apresentou para o Ricky [Sybrandy], que ele conhecia há umas duas semanas e sabia que ele tirava foto e tocava contrabaixo. Então, convidamos os dois para integrarem o Patuá. Foi uma química instantânea, meio mágico, sabe…”, relembra Jota. Após o ingresso de Tuto e Ricky, o grupo ganhou estruturas sólidas para levar adiante a proposta do Patuá Tronxo.

O porquê do nome

Sobre o nome do grupo, no mínimo incomum, Jota explica: “Patuá significa um amuleto, é tudo aquilo que você acredita que lhe trará sorte, coisas boas. É como se a banda fosse o nosso patuá [“Patoi” também é um dialeto da Jamaica]. E ele é tronxo porque, em Pernambuco, essa palavra significa torto, fora do normal. Seria, então, um amuleto torto”.

Influências

As influências dessa “massa sonora carregada de ritmos brasileiros” consiste em Chico Science, Nação Zumbi, King Crimson, Baracho, umas coisas do recife como Lenine e Alceu Valença e até Radiohead. “É uma banda que tenho ouvido para caramba!”, diz Jota Erre.

Onde ouvir

O grupo já se apresentou em lugares como o Sesc Pompéia, Sesc Santos, Sarajevo, Na Mata Café, Studio SP, e sempre há a chance de retornarem para novas apresentações.

O próximo show da banda não tem data definida ainda. “Fomos convidados para tocar num festival em Austin, no Texas, mas como foi algo de última hora, não rolou por conta do visto, que demora para sair”.

Para ouvir online, é só entrar no myspace dos caras (www.myspace.com/patuatronxo).

Músicas

O grupo possui um trabalho gravado, Patuá Tronxo Um, no qual fazem a “remanufatura” de músicas já consagradas. “Pegamos músicas conhecidas e damos a nossa cara, o padrão tronxo de qualidade. Já fizemos isso com a “Leão do Norte”, do Lenine e um forró clássico do nordeste chamado “Juazeiro e Petrolínea”, de Jorge de Altinho”.

Toda a produção do disco foi feita por Tuto Ferraz, que também toca bateria no grupo, e já trabalhou com artistas como Max de Castro, Paula Lima, Banda Black Rio e Cláudio Zoli.

Onde encontrar o trabalho

O Patuá Tronxo Um está à venda em lojas virtuais como Submarino e Fnac e durante os shows da banda.

Jair de Oliveira

A respeito da relação da banda com o músico, Jota comenta: “O Tuto já tocou com o Jair nas primeiras apresentações dele na Europa. Eu conheci o Jair quando ele foi gravar o último CD, Simples. Nesse trabalho, ele queria usar só baixo, percussão e violão e ligou para o Sérgio Carvalho [baixista do Djavan], perguntando se ele sabia de alguém que ele indicasse para tocar um desses instrumentos. Foi quando Serginho me convidou para assumir a percussão na gravação do DVD e na turnê de Jair”.

Futuro

O Patuá está em processo de pré-produção de seu segundo disco. “Estamos em fase de conhecer as músicas, de entrar em contato com elas… Algumas já foram gravadas em forma de demo. Acredito que no final de setembro ou outubro de 2008 já deva estar pronto. Nesse novo trabalho nos juntamos em estúdio e gravamos com todos tocando ao mesmo tempo, como em um show. Queremos com isso resgatar a música como era feita antigamente”.

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