Alô galera do país do “relaxa e goza”! Gozado, né?! Perdeu a graça. Graças a Deus, por que pra mim nunca teve.

To de volta, não sei se mensalmente ou a cada dois meses…Quando me der na telha, tecnicamente falando. Vai depender se eu tiver saco e o que falar, pronto.

Dá uma preguiça nesses meus 45 do 1º tempo no país do “votem no Cristo”. Coitado do Cristo…Imaginem se fosse eleito de verdade nesse país. Enfim, sou o homem-cobra, comi uma vaca superfaturada do Renan e to assim…Em estado de jibóia.

Espirituosidades à parte, estive ocupado na divulgação desse último (?) álbum do Ira!, na criação de uma nova série de desenho animado para a MTV e plantando manjericão no meu quintal. É porque to com vontade de ir pra Itália e viver de plantar manjerona e azeitona.

No Brasil, a gente se acostumou a não levar as coisas a sério, a passar por cima de tudo, sempre. A colecionar pequenos erros. Aí, eles se juntam e viram tragédias. Somos assim em tudo: no trabalho, na família, no amor.

Outro dia me encontrei com uma ex-namorada, casualmente. Ela veio até minha casa, parecia muito feliz em vir. Após um leve jantar e duas taças de vinho se jogou em meus braços esquecendo a música que lhe mostrava me beijando desesperadamente ante o olhar ciumento da minha gatinha Sofia.

Não conhecia a música porque, segundo ela, mudava a estação de rádio quando eu surgia cantando. Se não me quer mais, e hoje está com outra pessoa por opção própria, porque muda a estação? Por que geme tanto a palavra saudade quando estou dentro dela ou quando deslizo a mão por seus cabelos e cintura? Por que diz que tem saudade do meu cheiro e da sensação da minha barba raspando em seu rosto?

Tentei lembrar e contar quantas vezes ela falou ou gemeu a palavra saudade aquela noite. Tentei. Só sei que foram muitas, demais pra alguém que não me quer mais. Me beijou com tanta fome que às vezes parecia se esquecer de respirar, como alguém que tenta controlar o que não tem controle.

Se não me queria mais, por que dormiu no meu peito daquele jeito? Como se de lá jamais tivesse saído. Como se nada tivesse acontecido, nada tivesse morrido.

Ela acordou, transamos mais uma vez e enfim dormiu cansada.

Vendo-a entregue daquele jeito fiquei pensando em qual sentido absurdo havia naquilo, afinal, ela está com outra pessoa. Está? A verdade estava no seu beijo, que não resistiu a alguns minutos de nosso mútuo olhar.

Que forças te levaram e te fizeram seguir em sucessivos erros? Tantos…E você se tornou refém deles, na sua, na nossa tragédia. Dos fios que te prendem às cordas da falta de aceitação.

E a única coisa que se espalhou pelo quarto, pela manhã, foi a tua infelicidade.

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Coluna do Nasi: A Nossa Tragédia