Quatro rapazes simpáticos sob o comando de uma garota. A descrição cabe a muitas bandas, mas no caso, estamos falando do The Cardigans, que se apresentou nesta quarta-feira na 3ª edição do Campari Rock, no Via Funchal, em São Paulo, que não estava com a casa cheia mas com um público muito animado.

Pela primeira vez no Brasil, o grupo sueco formado por Nina Persson (vocal), Magnus Sveningsson (baixo), Peter Svensson (guitarra), Bengt Lagerberg (bateria), Lasse Johansson (guitarra/teclado) subiu ao palco às 23h e apresentou um show baseado no mais recente disco Super Extra Gravity e outros sucessos como Lovefool, Erase/Rewind, Hanging Around, Rise and Shine, do primeiro disco, e My Favourite Game, que encerrou o show, no bis.

No final da primeira música, os fãs cantaram ‘happy birthday to you’ para Nina, que completava 32 anos. A simpatia do público foi retribuída pela cantora, que chamava a platéia de “my friends” (meus amigos) e ao final de cada música dizia um delicado ‘muito obrigado’. Educação na Suécia deve ser prioridade.

No meio da platéia, uma camisa do Brasil foi apontada por Nina que comentou que as cores da Suécia era as mesmas da camisa, amarela e azul.

O show de pouco mais de uma hora deixou um gosto de quero mais para os fãs, que nessa primeira visita do Cardigans ao Brasil, esperavam uma apresentação mais longa – ficaram de fora I been it, Junk of the Hearts, Iron Man. O que é claro, não tirou a beleza do show. Ao vivo, a voz de Nina soa mais bonita e a banda bem mais barulhenta.

Gang of Four

Passava de 1h quando os ingeleses do Gang of Four entraram no palco. Quem hoje gosta de bandas como Bloc Party, Franz Ferdinand, Radio 4, The Rapture, deve no mínimo agradecer a essa banda veterana do punk, que influenciou todos esses grupos mais recentes.

Formada em 1977, a banda desfilou os clássicos Not Great Me, Ether, Return to the Gift, At Home He’s a Tourist e assim como o Cardigans voltou para um bis de mais duas músicas.

O guitarrista Andy Gill deu um show a parte acompanhado de sua guitarra. Jon King, vocalista, tamém não escondia a alegria de tocar no Brasil e mostrou estar em forma, pulando de um lado para o outro do palco.

Montage

A grande surpresa da noite foi o trio de abertura Montage, que faz um som ‘eletro rock do sertão’, nas palavras do vocalista Daniel Peixoto, que poderia ser Madonna se considerarmos sua extravagância. Um verdadeiro andróide no palco.

Nas primeiras músicas a platéia ficou um pouco assustada, sem saber direito o que estava acontecendo. Mas não demorou muito para o Montage convencer o público da qualidade do seu som, que certamente cairia melhor em eventos voltados à música eletrônica. Se o objetivo era chocar e depois divertir o público, eles conseguiram.

Com todas essas atrações, São Paulo teve mais uma noite fria, mas quanto à temperatura da música, essa sim estava lá em cima.


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The Cardigans e Gang of Four elevam a temperatura, da música, em SP