Os DJs estão na ativa faz muitas décadas mas a profissão até hoje não é oficialmente reconhecida. Alguns profissionais da área ganham fortunas e até curso superior já existe no Brasil, mas a atividade ainda não tem o stauts de profissão no Ministério do Trabalho, e habita uma zona cinzenta entre “músico” e “técnico de som”.

Desde o ano passado, tem dois projetos de lei tramitando no Congresso Nacional querendo mudar essa situação. O mais antigo é do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) e representa DJs ligados a uma associação carioca, a DiscoteRJ. O segundo está no Senado e é de autoria do senador Romeu Tuma (DEM-SP), que abraçou a causa a pedido do Sindecs, um sindicato não-oficial dos “profissionais da cabine de som” de São Paulo.

Segundo os projetos, para se apresentar um DJ terá que ser registrado em sindicato e provar que é capaz de exercer a atividade através de um teste ou provando que tem carreira estabelecida.

Boa parte dos DJs é a favor porque acham que isso vai organizar o mercado e trazer um reconhecimento maior para a atividade. O carioca Marcelinho da Lua acredita que ele trará “responsabilidade para os DJs”. O DJ Feio, um dos responsáveis pela festa XXXPerience, também já se declarou 100% a favor. “Quando tenho que tirar visto para o exterior, existe um certo descaso por eu ser DJ.” Patife, nome top do drum’n’bass, também apóia: “Acho bem interessante a proposta, vamos ver no que dá.”

Outros não tem tanta certeza. O DJ Grego, lenda-viva das pick-ups brasileiras, na ativa desde os anos 70, acha que “o DJ é artista e não se pode designar piso salarial para artista.” Já o DJ Jota Wagner, de São Paulo, que comanda o núcleo de house underground Colors, não gosta da idéia de obrigar as casas noturnas a só contratar DJs associados. “Se essa coisa existisse há dez anos, era capaz de eu nunca conseguir tocar numa festa.” Outros ainda acham que ter a opção de se juntar a um sinicato é bacana, mas tornar isso obrigatório já não seria benéfico e até autoritário.


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