Choro das 3 fala sobre sua carreira em ascensão e por que escolheram o gênero

Com apenas 20, 17 e 15 anos, respectivamente, as irmãs Corina (flauta), Lia (violão) e Elisa (bandolim), ao lado do pai Eduardo, formam o conjunto de música brasileira Choro das 3.

Vindas de Porto Feliz (interior de São Paulo), as meninas chamam a atenção do público há quatro anos e vem difundindo sua música de raiz, com ênfase no choro da velha guarda, por onde passa.

Este ano, elas lançaram seu primeiro CD, intitulado Meu Brasil Brasileiro (pela Som Livre), que mescla faixas autorias com algumas músicas de grandes nomes do gênero, como Ernesto Nazareth (“Brejeiro”), Zequinha de Abreu (“Tico Tico no Fubá”), Pixinguinha (“Carinhoso”) e Ary Barroso (“Aquarela do Brasil”).

Em entrevista ao Virgula Música, as meninas contaram de onde surgiu a paixão pela música, como se deu a escolha do gênero, por que mudaram de nome e quais outros artistas do estilo elas indicam. Confira!

Como é a cena musical de Porto Feliz, em relação ao chorinho?
Corina: É inexistente. Somos o único grupo de choro da cidade. Em Porto Feliz, tinha um coral —a partir desse coral que eu comecei a tocar—, ministrado por um professor voluntário, Marco Leite, na minha escola, e tem a Escola Municipal de Música, que foi onde começamos a estudar música. Mas dizer que lá tem shows, teatro, não tem. É uma cidade muito pequena.

De onde surgiu o gosto pela música?
Corina:Meu pai é apaixonado por música, passa o dia inteiro com o rádio ligado. A gente sempre teve muita música à disposição, CDs de todos os tipos, desde jazz à rock, bossa nova, música clássica… Ele sempre gostou muito e acabou passando essa paixão pela música para a gente.

Por que vocês escolheram o chorinho?
Corina: Na verdade, a gente não sabe muito bem por quê. Eu era pequena, tinha 8 anos, e no meio desse monte de CDs, meu pai tinha só um de choro, do Altamiro Carrilho. Eu achei esse disco e só queria ouvi-lo. Fiquei encantada. Aí, a gente começou a vir para São Paulo, nas rodas de choro. E eu comecei a tocar flauta por causa desse disco do Altamiro Carrilho. Foi um gênero que me encantou.

A gente sempre diz, como é engraçado o fato de uma criança de 8 anos ter gostado de um gênero que não é comum. Costumamos dizer que é só você dar oportunidade para as pessoas conhecerem, ouvirem, que sempre vai ter gente interessada. Ninguém pode gostar do que não conhece.

Como as coisas começaram a acontecer para vocês, quando começaram a fazer mais shows?
Há uns quatro ou cinco anos, começamos a receber convite de TV de gente querendo assistir aos nossos shows, de gente querendo contratar. Este ano, a gente lançou o CD pela Som Livre e, graças a Deus, estamos fazendo bastante apresentações. Temos eventos agendados até o final do ano.

Em outra ocasião, a Elisa havia dito que fazer música é fácil, o difícil é dar um nome às composições. É verdade isso? Vocês compõem muito?
Elisa: Mais ou menos. Se você tem um tema e faz a música com esse tema, é fácil escolher um nome. É mais difícil quando você cria alguma música sem um motivo exato. Aí, às vezes, eu não sei qual nome dar.

Corina: Às vezes não. Tem umas dez músicas sem nome lá em casa.

Elisa: Eu fico com medo de colocar um nome e depois me arrepender.

Vocês começaram com outro nome, Balaio de Gato. O que as levou a mudá-lo?
Corina: Descobrimos que já havia uma banda de forró do Nordeste, com esse nome registrado.

O que na opinião de vocês destaca o choro dos demais estilos musicais?
Corina: O choro é uma música difícil tecnicamente. É a música clássica brasileira, mas é mais livre, espontânea e tem elementos da música popular.

Dessa nova leva de artistas do chorinho vocês poderiam citar alguns de que gostam?
Corina: O Yamandu Costa, Luciana Rabelo, Zé Barbeiro, tem vários.

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Meninas do 'Choro das 3' falam sobre carreira em ascensão ao Virgula Música