De Cuiabá direto para São Paulo, o caminho não foi fácil. Eles caíram na estrada e tocaram em quase todos os festivais independentes do país, especialmente os do circuito Fora do Eixo (que realiza vários shows da cena inde brasileira), viraram destaque em alguns destes e usaram a internet para fazer sua música chegar aos quatro cantos do país. Essa é a fórmula de sucesso do trio mato-grossense, Macaco Bong, que lança nos próximos dias o seu primeiro disco Artista Igual Pedreiro.

Com três anos de estrada, o grupo entrou em estúdio no final do ano passado para gravaro disco, em Goiânia, no Rocklab Studio. A produção ficou a cargo de Gustavo Vasquez e Luís Maldonalle. Quanto ao título, a banda explica que é uma alusão à lógica que a banda segue de ter a música como mais um elemento do trabalho cotidiano, em detrimento da lógica do “artista iluminado” e superior aos demais seres humanos.

LEIA MAIS: Leia a resenha do novo disco do Macaco Bong, Artista Igual Pedreiro

E o guitarrista Bruno Kayapy, em entrevista ao Virgula, fala mais sobre a proposta do disco, que chega com a moral da banda lá em cima com a crítica. “Artista Igual Pedreiro é sobre a arte do homem, sobre tudo o que ele faz no dia-a-dia”, diz ele.

Reconhecida na cena indepenente, a banda se destaca por fazer um rock instrumental, mas com influências que vão desde o jazz à moda de viola, tradicional na terra natal dos caras. “Este disco veio a somar ao rock erótico instrumental”, diz Bruno. Como assim? Ele explica.

“A música do Macaco Bong tem uma pegada diferente, um clímax, não somos uma banda romântica”, diz o guitarrista comparando a banda com outras mais tradicionais. “O Macaco não vai falar de política falando de fome, de diferenças sociais. Nosso jeito de falar de política falar de cultura, aí sim é Macaco, estimular o ouvinte com a idéia de que ele pode realizar algo, sem ser escravo do sistema”.Quanto à classificação ‘de banda de rock’, Bruno diz que isso é apenas um lance “estético”.

“Foi tudo devido ao circuito independente e à comunicação virtual”, comenta guitarrista sobre o sucesso do Macaco fora de Cuiabá. Ele conta que por lá, hoje os artistas trabalham muito no coletivo, todos se ajudam, o que colabora para que bandas como o Macaco e o Vanguart, outro expoente do rock mato-grossense, façam sucesso.

Sobre o espaço para a música instrumental no país, Bruno comenta que o Macaco tem a missão de deselitizar o gênero. “O conceito arstístico da música instrumental é elitizado. Nosso objetivo não é estacionar nisso. É ser pop, acessível, sem limitaçãode faixa etária ou classe”.

Quem quiser conferir se os meninos estão indo bem ou não ness tarefa, basta baixar o disco dos caras a partir de 18/7, no site da Trama Virtual, ou colar num dos dois shows – ou nos dois – que o grupo faz em São Paulo nesta semana:

Serviço: Macaco Bong – lançamento “Artista Igual Pedreiro”

Data: 9 de julho (quarta-feira)
Local: Studio SP (R. Augusta, 591 – Centro)
Horário: a partir das 21h
Entrada Franca
Tel informações: 11 3129-3040

Data: 11 de julho (quarta-feira)
Local: CB Bar (R. Brigadeiro Galvão, 871 – Barra Funda)
Horário: a partir da meia-noite
Ingresso: 15 reais
Tel informações: 11 3666-8971


int(1)

Macaco Bong lança primeiro disco, com qualidade já aprovada