Edgard Piccoli, ex-VJ da MTV, que apresenta atualmente um programa no Multishow, o Circo do Edgar, participou do chat do Virgula e falou ao Virgula-Musica sobre seu programa, as entrevistas que já fez, as que gostaria de fazer e sobre sua saída da MTV. Confira!

Qual banda nova, que ainda não é muito conhecida, você aposta na possibilidade de estourar?
Hoje em dia é tão difícil falar isso, porque tem banda que tem um trabalho legal, mas não faz música para estourar. Se eu disser o que vai estourar, estaria incorrendo no erro da dúvida “quem vai estourar?”. Seria uma banda de emo nova? Não sei se o mercado quer mais isso. Talvez para uma banda nova ou que ainda vai surgir estourar, ela precise de um apelo comercial, mas ao mesmo tempo que apresente uma inovação, uma proposta criativa, acho que isso é o que tem propensão a estourar.

Das bandas que já alcançaram certa notoriedade, você tem algum palpite?
Gosto de muita coisa, o Gram, que acabou, era uma banda alternativa boa que vinha crescendo dentro do cenário alternativo e colocando a cara no mainstream. Cachorro Grande, que saiu também do cenário alternativo e surgiu para o grande público. O Vanguart é uma boa banda também, com uma raiz da folk music americana, com literatura nas letras, com uma sonoridade muito bacana. Mas têm tantas outras que eu poderia enumerar aqui e ficaríamos falando durante muito tempo.

Qual foi a entrevista de alguém da música que você achou que não iria rolar legal, mas que foi bacana?
O Brian Wilson, do Beach Boys, tinha toda uma expectativa. Eu pensei “o cara já está meio lesadão, não sei se vai ser bacana ou não”, mas acabou tendo uma repercussão muito boa. O Ozzy Osbourne também foi uma entrevista que repercutiu, não só pela figura dele, mas porque teve coisas legais que ele falou, revelações, enfim, coisas do novo disco que ele estava para lançar, foi surpreendente. A do Pearl Jam foi uma entrevista também muito bacana. Tinha toda uma expectativa porque a banda não dava entrevista há dez anos para a MTV, e eles falaram para o Brasil. Foi uma honra poder falar com os caras.

Qual a entrevista que você gostaria de ter feito e ainda não teve a oportunidade de fazer?
Uma entrevista que eu não fiz ainda e gostaria de fazer, na música brasileira, o Chico Buarque, seria legal falar com ele. E internacional, Bob Dylan, Paul McCartney, gostaria de fazer, me sentiria honrado de poder fazer.

Fala um pouco do seu programa no Multishow…
Eu entrei agora no Multishow, estou lá há um ano e meio no canal. Então, eu faço o “Circo do Edgar”, um programa de auditório, um talk-show musical, e escrevo sobre música também para o programa “Qual é a boa”, eu tenho uma coluna de música lá que vai para o ar toda sexta-feira.

Por que você saiu da MTV?
Porque estava na hora. Eu fiquei quase quatorze anos na emissora e chegou um momento que eu já havia percorrido todas as áreas, feito de tudo lá dentro e só poderá enxergar algum crescimento na minha carreira fora daquele lugar, então optei por sair. Eu poderia ter me desenvolvido lá como diretor, ter trabalhado atrás das câmeras, mas meu negócio é apresentar mesmo, eu gosto de estar diante das câmeras, gosto de fazer o que eu faço. Então eu só poderia evoluir e crescer na minha carreira saindo de lá.

A idéia inicial do programa era ter uma abordagem voltada à música?
A música é natural na minha vida, sempre trabalhei com isso, seja quando eu trabalhava com rádio, depois na MTV, a música sempre permeou a minha carreira e não poderia ser diferente com o Circo [programa]. Embora lá eu tenha a oportunidade de falar com pessoas que não são da área musical, de alguma forma eu procuro trazê-las para esse meio, convidando as pessoas que vão ao programa para cantar, tocar. É claro que não é uma exigência, eu deixo o convidado à vontade para ele topar ou não. Acho o maior barato quando as pessoas que não são da área musical se aventuram comigo e a banda.

Se você puder falar um pouco da banda…

Na verdade, não é a minha banda, não é um trabalho autoral. Eu tenho a banda no programa e essa banda toca em alguns eventos, faz algumas coisas. Mas não é uma banda que eu tenha pretensão artística e autoral, pelo menos por enquanto. É uma banda que eu me divirto no programa, toco com eles quando é necessário tocar por conta do convidado, quando não, a gente toca em eventos empresariais e algumas festas de amigos, coisas mais íntimas mesmo. Mas é muito bacana, tem sido muito divertido tocar.


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Ex-VJ da MTV, Edgard Piccoli, fala sobre seu atual programa

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