Já pensou poder levar guitarra, baixo e bateria para uma aula na universidade? Não, não é trama de filme. É o seguinte: a partir deste mês uma universidade no sul do Brasil passa a ter entre seus cursos de pós-graduação um específico para a música. O que você vai aprender lá?

Tudo sobre esse tipo de “música popular usualmente executada em instrumentos amplificados eletronicamente e caracterizada por um ritmo marcado e persistente, pela repetição de frases simples e freqüentemente pela presença de elementos dos gêneros country, folk e blues”. Ou seja, rock.

Pra quem já assistiu A Escola do Rock, do diretor Richard Linklater, a história não é novidade. O curso superior foi idéia do professor gaúcho Frank Jorge e vai formar novos Produtores de Rock em 1660 horas de aula.

Enquanto no sul o gênero musical virou matéria de faculdade, em São Paulo, o cantor Paulo Ricardo e o jornalista Cadão Volpato seguem a mesma idéia dando aulas sobre o rock nacional.

Quer dizer que virou moda ensinar rock? “O rock chegou aos 50 com maturidade e sem sair de moda”, diz Paulo Ricardo, que esteve à frente de um dos maiores grupos de rock do Brasil, o RPM. “Tem muito garoto descobrindo Raul Seixas por exemplo”, comenta o cantor referindo-se ao fato de artistas mais antigos caírem no gosto da garotada de hoje.

Num curso de rock, Paulo diz que o que não pode faltar é “atitude”. “30% do rock refere-se à música. O resto é comportamento”, diz ele, que coloca como o melhor momento do rock o surgimento dos Beatles e Rolling Stones. “Foi o nascimento de tudo. Se não fossem eles, tem gente que até hoje estaria usando topete”, brinca.

“Não sei se dá pra aprender a gostar de rock na escola”, diz Badauí, do CPM 22. ” É uma coisa que a gente aprende a gostar desde criança. Quem fizer um curso vai saber mais sobre técnica, mas não a ser roqueiro”. “Rock é uma coisa que vem do coração. Não dá pra ensinar”, diz Di Ferrero, do NX Zero.

Os alunos do sul não tem nenhum ‘teacher’ famoso que já tenha enlouquecido platéias nem Jack Black, professor do filme. Se dependesse de Badauí os professores seriam “Gene Simons, do Kiss, ele daria um ótimo professor com toda aquela loucura, e veteranos como Joe Strummer, AC/DC“.

Se as aulas funcionam? Bem, por enquanto não dá pra saber. Mas uma coisa é certa: com esses cursos, aquela velha história de que o rock está com os dias contados vai ficar cada vez mais fora de moda.

+ Você acha que dá pra se ensinar rock na escola?


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Das telas para a vida real: rock vira curso de graduação

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