Arnaldo Antunes lança CD e DVD, Ao Vivo no Estúdio, com uma abordagem diferente daquela fórmula velha da indústria fonográfica. Em vez de filmar um show, o músico registrou no DVD, com oito câmeras, as 27 faixas, acompanhado de três músicos e seis convidados sentados no chão do estúdio Mosh, em São Paulo, em 14 de agosto.

O cantor optou, ao lado do diretor Tadeu Jungle, por um DVD todo sem cores, com toques expressionistas. Tal escolha reforça as caratéristicas de Qualquer, disco de 2006: sonoridade mais despojada, com Arnaldo ressaltando sua voz grave, sem os agudos forçados dos tempos de Titãs.

O rock também se manifesta nas participações de Nando Reis, em “Não Vou Me Adaptar”, e Branco Mello, “Eu Não Sou da Sua Rua”, na versão roqueira de “Judiaria” (Lupicínio Rodrigues), acompanhada pela guitarra de Edgard Scandurra, e na releitura de “O Que”.

A respeito da miscelânea de sons, o músico afirma: “Não me vejo dentro de um gênero específico. Mesmo nos Titãs, tocávamos rock, reggae, funk, ouvíamos muita música brasileira, era um híbrido. Não sei o que será meu próximo trabalho. Mas é verdade que eu me sinto mais confortável cantando hoje”.

O eixo principal do DVD é o repertório de Qualquer – já no CD “Ao Vivo no Estúdio”, também lançado agora, ele só repetiu quatro faixas do disco de 2006. Mas há músicas de seus outros discos solo, como “O Silêncio” -com citação de “Desafinado” (Tom Jobim/Newton Mendonça)- e “Saiba”, participação dos tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown e três “referências afetivas”: “Acabou Chorare”, clássico dos Novos Baianos que já estava em Qualquer; “Qualquer Coisa”, música de Caetano Veloso que se impôs pela presença da expressão-título em outras canções do repertório; e a marcha “Bandeira Branca” (Max Nunes/ Laércio Alves).

Arnaldo Antunes tem apresentação marcada neste domingo, no Centro Cultural São Paulo, às seis horas da tarde, com entrada franca.


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Arnaldo Antunes lança DVD 'Ao Vivo no Estúdio' com abordagem diferente

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