O Death Cab for the Cutie é uma das bandas indie mais bem sucedidas dos Estados Unidos. Indie? Quer dizer, era. Em 2005, eles lançaram seu primeiro disco por uma grande gravadora (Plans, pela Atlantic Records) depois de atravessar a década de 90 do lado independente. Este momento costuma ser crucial para bandas que, depois de fazer carreira na cena indie, tem o desafio de agradar fãs e críticos quando assinam com uma major. Mas, ao que tudo indica, a transição ocorreu ‘muito bem, obrigado’ para os garotos de Washington.

Talvez o grande mérito deste novo trabalho do DCFC, Narrow Stairs, seja o de que enquanto muitas bandas tentariam recriar o sucesso de seus hits como Soul Meets Body ou I Will Follow You Into The Dark, a banda, ao contrário, arriscou, e fez o disco mais ambicioso e diversificado da banda, que começou em Bellingham, Washington, uma década atrás.

Formado por Ben Gibbard (voz e guitarra), Chris Walla (guitarra), Jason McGerr (bateria) e Nick Harmer (baixo) a banda conquistou espaço e público com letras que falam da dificuldade de estar completo e feliz na adolescência, ou da saudade de amores e desamores, e lembranças.

Em entrevista por telefone ao Virgula, o baixista Nick Harmer diz estar muito orgulhoso deste trabalho, que vem sendo classificado por alguns críticos como a melhor coisa que a banda já fez. “Eu fiquei muito satisfeito. Não é nosso último disco, não sei o que ainda vamos fazer, mas até agora, é definitivamente nosso melhor álbum”.

De acordo com Harmer, o álbum foi gravado “com todos nós sentados em uma sala olhando uns para os outros”, fazendo com que as seções fossem mais como típicos ensaios da banda, do que gravações de alto orçamento. “Passamos um enorme tempo como uma banda que toca junto ao vivo, então não fazia sentido não fazer o disco dessa mesma forma”, acrescenta Gibbard.

Quanto ao tema do disco, Nick diz que trata-se mais de “coisas que passam pela vida do Ben”. “O disco fala daquele momento na vida onde a gente tem a sensação de estar congelado, sem saber o que fazer e pra onde ir”. É por esse momento que a banda passa agora? “Não mais. Na verdade, o disco é mais sobre ele (Ben) do que sobre nós”, diz referindo-se aos demais integrantes do DCFC, “mas acho que as músicas dele soam mais maduras, especialmente neste disco”, completa.

Projetos paralelos

Antes de gravar Narrow Stairs, a banda deu um tempo. Ben Gibbard embarcou em sua primeira turnê solo; o guitarrista/multi-instrumentista Chris Walla lançou um álbum solo e produziu artistas como Tegan And Sara; o baterista Jason McGerr construiu seu próprio estúdio de gravação, o Two Sticks; e Harmer, como sempre parece acontecer, trabalhou em vários projetos.

Amigos há mais de dez anos, Nick comenta que além do bom relacionamento, o fato de todos os integrantes terem projetos paralelos ajuda a manter o pique da banda. “Dar um tempo às vezes é necessário. Ajuda a manter a energia e nós sempre encorajamos um ao outro”.

Quanto ao sucesso mesmo antes de assinar com uma grande gravadora, Nick diz não ter respostas para explicar a sorte do Death Cab, que conseguiu viver só de música e ser uma banda conhecida mesmo pertencendo à cena indie.

“Na época em que a gente se lançou a internet ainda não era uma ferramenta tão ágil para a música, e hoje as bandas podem gravar e divulgar músicas sem esperar por uma gravadora . A gente alugava vans e saia tocando por aí. Sempre que me pedem conselhos sobre por onde uma banda deve começar eu digo que não tenho (risos). Tocar ao vivo é o melhor jeito de uma banda mostrar a que veio”.

Já sobre shows o Brasil, o baixista comenta que a banda recentemente falou sobre o assunto, mas nada foi resolvido “por enquanto”, diz Nick.

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Baixista do Death Cab for Cutie fala sobre o novo disco

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