“O cantor e compositor Renato Russo, do grupo Legião Urbana, morreu na madrugada de hoje, à 1h, por infecção pulmonar. O músico deixou um bilhete para seus amigos de Brasília, dizendo que queria que seu corpo fosse cremado e que não houvesse velório. A assessoria de imprensa da gravadora EMI-Odeon confirmou a notícia, mas não quis dar mais informações. Além das complicações pulmonares, o cantor estava com anemia profunda. Renato Russo será cremado hoje à tarde, no Cemitério do Caju”.

A nota do jornal carioca O Globo, no dia 11 de outubro de 1996, confirmava uma notícia que muitos fãs da Legião Urbana temiam ouvir: a morte de Renato Russo.

Renato Manfredini Júnior, seu verdadeiro nome, morreu em seu apartamento no Rio aos 36 anos, pesando apenas 45 quilos, em decorrência da Aids. Ele nunca havia revelado publicamente ser portador do vírus HIV, que já havia vitimado, na música, o cantor Cazuza.

“Estava sozinha em casa e soube da notícia pela televisão. Chorei muito”, lembra a professora Camila Oliveira Mello, que na época tinha apenas 11 anos e continua fã da Legião Urbana.

Danilo Ribeiro Hamazaki, que trabalha com Tecnologia de Tráfego, também lembra onde estava quando soube da notícia. “Eu estava em casa, quando vi o plantão, fiquei bem chocado no momento, bem triste, não queria acreditar na hora, mas era fato”, diz ele.

Um dos ícones do rock dos anos 80, Renato formou sua primeira banda de rock ao lado de Fê Lemos e André Pretorius. Era o Aborto Elétrico, que tinha ainda Flávio Lemos. A banda durou pouco e originou a Legião Urbana e o Capital Inicial. Mas acima de tudo, com o Aborto Elétrico, Renato teve certeza de que queria estar numa banda de rock.

“Eu trabalhava com jornalismo, rádio, era professor de Inglês também e comecei a trabalhar com 17 anos e tudo, mas só que de repente tocar rock era uma coisa que eu gostava mais de fazer. E como deu certo eu continuo fazendo isso até hoje”, disse ele numa entrevista cujo trecho aparece na música Riding Song composta em 1986 mas que integra o disco póstumo Última Estação, lançado em 1997.

Gravou oito discos com a Legião Urbana e dois em carreira solo, e imortalizou músicas que acompanharam toda uma geração como Pais e Filhos, Faroeste Caboclo, Eu Sei, Será, Meninos e Meninas, Teatro dos Vampiros, Giz, Perfeição, Dezesseis, entre outras. Após sua morte, mais sete CDs foram lançados.

10 anos depois, a Legião Urbana e Renato continuam vivos

Mesmo depois de 10 anos da morte de Renato e do fim da Legião Urbana, a música dos brasilienses continua viva entre muitos fãs. No Orkut existem mais de 200 comunidades em nome de Renato (uma delas com mais de 90 mil membros), e mais de mil sobre o grupo. Os discos da Legião Urbana foram remasterizados e continuam disponíveis nas prateleiras das lojas.

“Continuo tocando no violão com maior gosto. As músicas serão eternas. A que mais me inspirava era, Quando o sol bater na janela do teu quarto“, diz Danilo.

Na comunidade 10 Anos sem Renato Russo – Luto, no Orkut, todos os fãs que responderam à pergunta ‘o que você diria a Renato se ele estivesse vivo’, responderam com uma simples, mas significativa palavra: obrigado.


int(1)

10 anos depois de sua morte, fãs dizem obrigado a Renato Russo