A versão do jogo “Banco Imobiliário” criada pela prefeitura para promover as obras realizadas na cidade e distribuída na rede pública de ensino gerou uma grande polêmica, na qual a oposição acusa o poder público de propaganda indevida.

Fontes do Ministério Público do Rio de Janeiro explicaram à “Agência Efe” que estão analisando as informações publicadas sobre o caso para decidir se é necessário investigar a compra do jogo pela prefeitura.

A fabricante de brinquedos Estrela confirmou nesta sexta-feira, dia 22,  à “Agência Efe” que foi ideia da companhia lançar a versão carioca do jogo. De acordo com a empresa, a prefeitura comprou 20 mil unidades de “Banco Imobiliário: cidade olímpica”.

Segundo a prefeitura, o jogo ajudará a “dar visibilidade ao Rio de Janeiro, cidade que será sede dos principais eventos internacionais nos próximos anos”, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

No tradicional jogo é possível comprar propriedades em diferentes lugares do mundo, enquanto na versão carioca existe a possibilidade de investir em ícones da cidade, como o Cristo, o Pão de Açúcar, o Maracanã, o sambódromo e a praia de Copacabana, mas também em obras realizadas pelo prefeito Eduardo Paes. Entre essas obras figuram a Transcarioca, o Museu do Amanhã e o Parque Olímpico, assim como empresas públicas como a RioFilme.

De acordo com a prefeitura, os professores podem usar o jogo “de forma pedagógica” com os alunos, que aprenderão sobre a cidade “a partir de uma visão mais contemporânea”.

O jogo será lançado no mercado em maio e as 20.000 unidades adquiridas pela prefeitura, que custarão no total R$ 1.050.748, serão distribuídas entre os alunos da rede pública municipal.

O Sindicato de Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro condenou a compra e sugeriu que o dinheiro gasto “poderia ser usado na revalorização do salário dos trabalhadores ou em melhorar as condições das escolas”.

O vereador Jefferson Moura, do PSOL, pediu informações sobre a compra dos jogos e a utilização dos símbolos municipais, e disse que a versão não tem uma intenção pedagógica, mas sim o objetivo de “divulgar as realizações do programa da atual administração”.

Segundo a Estrela, a cada ano se produzem entre oito e dez versões do “Banco Imobiliário” e a do Rio de Janeiro foi proposta pelo fato da cidade ser a primeira da América do Sul a sediar os Jogos Olímpicos. Além disso, a empresa disse que as obras que aparecem no tabuleiro foram escolhidas por um grupo de executivos da companhia seguindo “critérios de importância”, e que esta é a primeira vez que fabrica um jogo após chegar a um acordo com uma instituição pública.

A prefeitura lembrou que esta não é a primeira vez que o popular jogo tem uma edição especial, pois foram feitas outras versões sobre temas ou lugares específicos, como uma dedicada a Nova York.


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Versão carioca de "Banco Imobiliário" será analisada pelo MP

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