A participação da associação cultural Lealtà Azione, vinculada ao grupo neonazista Hammerskin, na restauração da Catedral de Milão, por meio de uma doação para recuperar uma das torres do templo, provocou críticas de associações e partidos.

Segundo informou nesta sexta-feira o jornal italiano “La Repubblica“, a Associação Nacional Partisans da Itália (ANPI), o sindicato Cgil e legendas políticos como o Partido Democrata (PD) e a Liga Norte expressaram suas críticas à instituição eclesiástica que administra a manutenção do templo, a Veneranda Fabbrica de Duomo.

“Aceitar uma contribuição como esta significa legitimar uma formação neonazista e racista. Pedimos à Veneranda Fabbrica de Duomo que devolva a doação recebida imediatamente”, afirmou o presidente da ANPI de Milão, Roberto Cenati.

Emanuele Fiano, deputado do PD, pediu ao arcebispo de Milão, Angelo Scola, que esclareça o episódio e lembrou que sobre alguns membros do grupo Lealtà Azione pesam condenações por participação em ataques.

A polêmica surgiu pela doação oferecida pelo Lealtà Azione na campanha “adote uma agulha” da Catedral de Milão.

O grupo, que se apresenta como uma associação cultural, exalta através das redes sociais figuras como o líder da organização fascista e ultra-ortodoxa romena Legião de São Miguel Arcanjo, Corneliu Codreanu, que foi assassinado em 1938 e que se caracterizou por uma ideologia anti-semita, assim como o líder fascista francófono León Degrelle.

A Veneranda Fabbrica de Duomo se defende assegurando que o episódio está sendo politizado. A instituição argumentou que recebeu uma doação espontânea de 50 euros em 19 de março, paga com cartão de crédito através da internet e pela qual o grupo Lealtà Azione recebeu “um certificado padrão”.

O arcipreste de Milão, Gian Antonio Borgonuovo, acrescentou que “não é possível julgar ou filtrar o caminho de cada um dos doadores”. 


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Doação de grupo neonazista para catedral de Milão gera polêmica