Rodrigo, Aline e o bebê Leo
Créditos: Arquivo Pessoal/ Rodrigo Jorge Monteiro
“Cara, eu não sei como você vai escrever essa reportagem, mas tenta não colocar como uma coisa triste. Acho que a história do Leo é principalmente uma história de superação. Ele tem muita vontade de viver”, nos disse Rodrigo Jorge Monteiro, pai do bebê Leonardo, na recepção do Hospital Samaritano, em São Paulo. Leo, de seis meses, é um miniguerreiro. Ele teve problemas de saúde graves e perdeu o intestino (ele pode precisar de um transplante do órgão, que custa US$ 1,5 milhão). Rodrigo passará este domingo (9), seu primeiro Dia dos Pais como pai, na UTI, ao lado do filho.
“Eu imagino o Leo correndo e brincando como outras crianças. Vai demorar para ele ter uma vida normal, mas essa imagem não sai da minha cabeça”, diz Rodrigo, que trabalha de dia e de noite vai ao hospital passar o máximo de tempo possível com o garoto. Aline Berolozzi, mulher de Rodrigo e mãe de Leo, parou de trabalhar quando estava grávida e, agora, se dedica integralmente ao cuidado do bebê. Ela, praticamente, mora em UTIs de hospitais desde que deu à luz.
Quando Aline estava no terceiro mês de gestação, o casal descobriu, por meio de um ultrassom, que Leo tinha atresia de traqueia, uma doença congênita rara que obstrui a traqueia. Leo passou por um procedimento intrauterino e tudo ficou bem, aparentemente. Uma semana depois, entretanto, Aline sentiu contrações e Leo nasceu prematuro, de 25 semanas (apenas seis meses).
O garoto ganhou peso lentamente, e cada mL de leite que bebia era uma vitória. Quando ele estava tomando 20 mL, veio outra bomba. Certa noite, o bebê passou mal e teve uma parada cardíaca. Leo teve uma infecção de intestino, chamada tecnicamente de enterocolite necrosante, e perdeu o órgão.
Desde então, Leo é alimentado por meio de uma fórmula injetada diretamente em sua veia. “Ele se adaptou bem, mas as crianças que são nutridas dessa forma conseguem viver um certo período: 8 a 10 anos. O procedimento de transplante de intestino, que o Leo deve precisar, custa US$ 1,5 milhão e é feito nos Estados Unidos. Por isso, começamos uma campanha de arrecadação de fundos“.
A página no Facebook Juntos pelo Léo, que acompanha a evolução da criança, tem, até agora, 13 mil curtidas. Amigos de Aline fizeram esse vídeo bonitão aqui embaixo, que conta a história do pequeno, para ajudar na campanha.
“As pessoas estão se mobilizando, e eu fico muito emocionado com isso. Onde eu trabalho, todo mundo foi com a camiseta da campanha na sexta-feira e teve um bolo em homenagem ao Leo. Uma criança do condomínio onde moramos doou um cofrinho. Ele estava economizando para comprar um videogame, mas achou que o Leo precisava mais do dinheiro do que ele. As pessoas aqui na UTI têm histórias de superação lindas. Há crianças que estão internadas desde pequenininhas, mas seus pais nunca desistem”, diz Rodrigo.
“Eu aprendi muito com a força do Leo. Se um bebê tão pequenininho, que nasceu do tamanho de um saco de açúcar, tem tanta força para continuar, por que eu não teria? É essa energia que ele passa. Cada vez que eu estou com ele, cada vez que ele dorme no meu colo e eu olho para ele… esses momentos compensam qualquer coisa, e eu daria tudo no mundo para ele crescer saudável”.