O ceramista chileno Jorge Selarón, autor da Escadaria Selarón, um dos ícones da Lapa, foi encontrado morto nesta quinta-feira (10) por motivos desconhecidos, informou a Polícia Civil.

O jornal “O Globo” publicou hoje uma entrevista com Selarón na qual o artista de 65 anos denunciou que desde novembro recebia ameaças de morte por parte de um ex-colaborador de sua oficina, identificado como Paulo Sergio Rabello.

A Polícia Civil informou por meio de um comunicado que interrogou cinco pessoas e que não descarta “nenhuma hipótese” sobre a morte do artista, que foi encontrado sem vida na escada que leva seu nome, na porta de sua residência e de sua oficina.

O corpo apresentava sinais de queimaduras e junto ao artista foi encontrado uma lata de solvente, confirmou a polícia, que por enquanto prefere não indicar se o caso se trataria de suicídio ou assassinato.

Amigos do artista, que não se identificaram, asseguraram que Selarón estava deprimido desde que começou a receber as ameaças de seu colaborador, que pedia mais dinheiro pelas vendas de seus quadros.

Uma vizinha, que não se identificou, disse que ouviu gritos de “socorro” nesta manhã na rua, mas não olhou o que se passava por medo.

Selarón se instalou no Rio no início dos anos 1990 e, por iniciativa própria, em 1994 começou a decorar com azulejos coloridos as escadas da Rua Manoel Carneiro, que liga a Lapa a Santa Teresa.

A intervenção de Selarón se tornou um dos principais pontos turísticos e foi tombado como patrimônio da cidade do Rio de Janeiro desde 2005.

O artista chileno trocava frequentemente muitos dos azulejos que decoram os 215 degraus da escada e, com o tempo, foi incorporando peças de cerâmica de cidades de todo o mundo que ele mesmo comprava em viagens ou que turistas que visitavam as escadas lhe davam de presente.

O chileno costumava puxar conversa com os turistas diariamente na escada, onde fixou sua residência e seu ateliê de cerâmica, e vendia azulejos. 

 


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Ceramista chileno Selarón é encontrado morto no Rio de Janeiro