Carmo Dalla Vecchia e Edson Fieschi

Quem?!?! Atores em cartaz com a peça “Estranho Casal”

PEÇA
Pior: Amanda, o Carmo é meu e o baixinho é seu.
Emílio: Vamos falar sobre a peça de vocês?
Edson: Sim. Nós encenemos este texto, que já teve várias montagens no mundo todo. Ele foi escrito em 68, logo quando surgiu o divórcio, a pílula anticoncepcional. Logo depois, o espetáculo virou filme. Depois, a peça continuou viajando o mundo todo. Ela trata da relação de dois amigos, que vão morar juntos e acreditam que tudo vai ser ótimo. Um deles tem vários tiques e manias. É todo certinho. O outro é todo bagunceiro.
Carmo: Na verdade, o espetáculo fala da falta que a mulher faz na vida de um homem. Eles são divorciados, mas repetem com o amigo os problemas que tinham com as esposas.
Emílio: Ou seja, o problema é quando você vai morar com a pessoa…
Edson: Isso. Neste caso, mesmo entre amigos, eles começam a estabelecer regras. Reproduzem-se os mesmos problemas do casamento.

ESTRANHO CASAL
Emílio: Você acredita que o sucesso da peça está na identificação dos personagens com o público? A platéia se enxerga nos personagens?
Edson: Sim. Com certeza, este é o grande barato da peça. Quando acaba a peça, os casais ou parceiros saem apontando as referências da trama na sua vida real.
Carmo: O engraçado é que as mulheres nem sempre se identificam com o cara mais organizado. Edson: As mulheres têm mania de deixar a calcinha pendurada no chuveiro. É horrível.
Amanda: É normal.
Edson: É muito esquisito. Uma coisa embolada que não parece nada.
Amanda: É humilhante dar sua calcinha pra sua mãe ou sua empregada lavarem. Eu acho normal.
Bola: A Amanda faz isso.
Amanda: Eu faço. Eu odeio lavar no tanque com água gelada.
Bola: Por que você não pendura no varal?
Amanda: Em casa, tem um varal dentro do banheiro.
Pior: Deus que me livre!
Amanda: É da minha mãe. Ela gosta assim, não posso fazer nada.


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Carmo Dalla Vecchia e Edson Fieschi