Neste domingo (20), o Inflamável encerra suas atividades. O espaço, na Rua Maria Borba, 87, fecha sua programação com uma apresentação da peça Seios, de Walcyr Carrasco, e um show da Patife Band.

Em um email enviado a um grupo de amigos, o ator Dionísio Neto, diretor da Companhia Satélite (dona do lugar), atribui à violência a decisão de fechar o Inflamável. Após o assalto ao espaço Parlapatões, no qual o dramaturgo Mário Bortolotto, o público praticamente desapareceu da região.

“Depois do episódio dos tiroteios também nos sentimos baleados. O público sumiu. A rua ficou um deserto – prato cheio para a bandidagem”, explica Neto. “A Rua Maria Borba, onde nosso espaço está situado parece a Praça Roosevelt no início – é ponto de chacina e prostituição de travestis (vários foram assassinados enquanto estávamos lá) e às sextas feiras vira um grande mercado de venda de drogas, assaltos (eu mesmo já fui assaltado ali), brigas – é a barbárie vencendo a cultura”, lamenta.

Durante oito meses, o Inflamável recebeu cerca de 5 mil pessoas e recebeu diversos espetáculos musicais e de teatro.

Ainda no email, Neto oferece o espaço para algum grupo que esteja sem sede, e avisa que a Companhia Satélite continua “firme e forte seu caminho de contribuições ao Teatro e de catarse com o público”.


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Violência provoca fechamento de espaço cultural em São Paulo