Ao longo das duas horas de discurso, Morales revisitou sua gestão anterior citando números, datas e percentuais sobre os “recordes históricos” conquistados em diversas áreas, como educação, saúde, emprego e macroeconomia.



Diante de tanta prolixidade, Morales, em tom de desculpa e consciente de estar sendo cansativo, chegou a pedir paciência em duas ocasiões aos presentes no plenário.



Fiel as suas posições antiimperialistas, o presidente boliviano aproveitou para fazer “acusações” aos Estados Unidos, a advertiu àquele país que não pode proibi-lo de relacionar-se com Cuba, Irã ou Venezuela.



Sobre os desafios da gestão que começa, Morales citou a necessidade de fazer uma “profunda revolução no Poder Judiciário” e de acelerar a industrialização dos recursos naturais do país como o gás e o lítio do Salgar de Uyuni e o ferro do maciço do Mutún, uma das maiores reservas mundiais do mineral.



Colocou também como demanda a ser realizada na nova gestão, as melhorias territoriais nas comunicações por estradas e ferrovias, assim como garantir o acesso da população aos serviços básicos de água, esgoto e energia.



Seu maior desafio – assunto apenas citado por Morales no discurso – será a implantação da nova Constituição, o que requer a aprovação de mais de cem leis na Assembleia.



Quem expôs as linhas ideológicas da nova etapa da Bolívia foi o vice-presidente García Linera, que também renovou o cargo e afirmou que o horizonte do país é o socialismo.



“Nossa modernização estatal, que vamos construir e que já estamos construindo com a liderança popular, é muito diferente da modernidade capitalista. É preciso colocar nome: nosso horizonte estatal é um horizonte socialista”, disse García Linera.



Em seu discurso, o vice-presidente – um ex-guerrilheiro que foi preso nos anos 90 e acompanha Morales desde o primeiro mandato – destacou a “via democrática ao socialismo” que o país tomou.



“O socialismo é bem-estar, é dividir a riqueza. É o que faziam nossos antepassados, só que em uma escala maior com tecnologia e produtividade”, disse.



Milhares de correligionários de Morales, muitos indígenas de diversas regiões do país, se concentraram na Praça Murillo para acompanhar a posse.



Os atos organizados serão concluídos nesta tarde com uma atividade popular e uma festa no estádio Hernando Siles de La Paz.


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Morales inicia 2º mandato e começa novo Estado Plurinacional